Mostrar mensagens com a etiqueta Jau. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jau. Mostrar todas as mensagens

2023/02/18

Lamento de Luís de Camões na morte de António, seu escravo - poema de Eugénio d eAndrade




LAMENTO DE LUÍS DE CAMÕES NA MORTE DE ANTÓNIO, SEU ESCRAVO



Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

– eu vi terra limpa no teu rosto,
só no teu rosto e nunca em mais nenhum.


Eugénio de Andrade
27-12-1979


Fonte:
"Escrita da Terra / Epitáfios", in Poesia e Prosa. Vol. I, Lisboa: INCM, 1980.
2.ª ed., Poesia. Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005, p. 242.

Poema musicado no LP Marginal, Diapasão/Sassetti, 1981.
Música: Luís Cília; Intérprete: Luís Cília com Mário Viegas.










Poema A JAU, por António Manuel Couto Viana






A JAU



Sou a tua presença, aos pés, calada, quieta,
Ó jau, com quem me identifico tanto,
Nesta gruta onde estou e escuto o canto
Das cigarras que é, hoje, a voz do teu poeta.
António sou (tenho o teu nome)
E escravo, também, da poesia.
Para ela é que estendo, em cada dia,
A mão à minha fome.


(10.6.86)


In: VIANA, Antonio Manuel Couto (1986?), “6 poemas”, in RC: revista de cultura, 2.ª ed., n.º 1, ed. em português, ed. do Instituto Cultural de Macau, 1986, p. 68-.