Mostrar mensagens com a etiqueta Aquilino Ribeiro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Aquilino Ribeiro. Mostrar todas as mensagens

1973/09/13

Aquilino Ribeiro camonista










AQUILINO RIBEIRO

1885-1973

Ficcionista, ensaísta, crítico literário, memorialista, biógrafo, cronista e historiador, tradutor, jornalista... e camonista.


Aquilino Ribeiro, por Eduardo Malta




“O maior mérito de Aquilino em relação a Camões terá sido a tentativa de desmistificar muito daquilo que de lendário e fictício estava a seu tempo estabelecido e aceite, quase sem discussão, acerca do poeta, que havia sido transformado, quer por força de estudos imaginativos, pouco conhecidos do grande público aliás, que haviam guindado a sua personalidade humana e literária, aquela por causa desta, a uma aura diáfana quase irreal de semideus oculto e intangível, por obra do que a umas suposições se foram seguindo outras, e como nada era seguro, os campos do supor eram imensamente vastos. Por outro lado, havia a componente destorcedora da propaganda oficial e escolar, que como é sabido escamoteia sempre toda a crítica, e que aproveitava a situação obscura da vida para considerar o poeta como a distante e intangível figura suprema do génio nacional, que teria obviamente que ser nobre, equilibrada, impoluta, estilizada.

A truculência do seu temperamento aguerrido e apaixonado, o seu espírito galante e amoroso, de iradas e contundentes reações, constituem temas de predileção para o estudo de Aquilino, que quer mostrar um Luís Vaz inconformista e avesso às disciplinas sociais, antes dando livre curso à expressão da sua riquíssima sensibilidade, ultrapassando com facilidade normas e convenções. Não será difícil discernir o que de subversivo e revolucionador estará contido numa tal análise, desde logo não grata às assépticas e desumanizadas visões oficiais, de herança romântica, do “poeta da raça”; do “grande cantor dos feitos nacionais” e das “glórias da nação”. Desmistificando Luís Vaz, o homem sujeito às misérias e grandezas dos demais mortais, aos olhos do leitor aquiliniano robustece-se um Camões, poeta inconformista, e um poema épico que, sem deixar de ser o da raça, se torna o canto contraditório de um povo amassado na dureza da vida, mas combativo e criador.” 
Manuel Fernandes Correia
Ou “Aquilino Ribeiro e Luís de Camões“ (1999)







CAMONIANA



  • Peregrinação de Fernão Mendes Pinto: aventuras extraordinárias dum português no Oriente. - Adaptação de Aquilino Ribeiro; il. de Martins Barata. Lisboa: Livr. Sá da Costa, 1933. / 2.ª ed., 1943. / 1952. / 1960. / 8.ª ed., 1976. / 9.ª ed., 1978. / 10.ª ed., 1983. / Lisboa: Círculo de Leitores, 1987. / 11.ª ed., Lisboa: Sá da Costa, 1989. / 13.ª ed., 1997. / 14.ª ed., 2008. / / Lisboa: Sá da Costa: Expresso, 2009. - il. André Letria ; rev. António Esteves. / Lisboa: Bertrand, 2009. – rev. Rosa Azevedo. / 1.ª reimp., Lisboa: Bertrand, 2015. – il. Pedro Rosa; rev. Rosa Azevedo. / 2.ª ed., Lisboa: Bertrand, 2020. / 1.ª ed., Porto: Porto Editora, 2019. – Il. Ângela Vieira.
  • Camões e o frade da Ilha dos Amores. Lisboa: Excelsior, 1946. – [31 p. ; 18 cm]. Col. Cadernos históricos / dir. Rocha Martins e Lopes de d'Oliveira.
  • A edição "princeps" dos Lusiadas, Boletim da Junta de Província da Estremadura, 1946. / Reimpresso in Revista Ocidente, 138, 1949. – [Lisboa: Bertrand, 1949. – 23 p. : 4 grav.; 24 cm].







Camões, Camilo, Eça e alguns mais: 

ensaios de crítica histórico-literária

Lisboa: Bertrand, 1949. / Reed., 1975.


A secção I, intitulada CAMÕES E A SUA MÁ ESTRELA, é composta pelos seguintes textos: Camões e o Frade da Ilha dos Amores; O Censor dos Lusíadas; Quem merca os Lusíadas... Quem merca?; O rufião de Sevilha e Leonardo, o enamorado; As Cartas Eróticas de Camões: Carta primeira, Carta segunda, Carta terceira; A edição prínceps dos Lusíadas.
















Luis de Camões: fabuloso, verdadeiro

ensaio

2 vols., Lisboa : Bertrand, 1950. 

4.ª ed., 1970. / 2 vols., Amadora: Bertrand, 1974.






Príncipes de Portugal: suas grandezas e misérias

Lisboa: Livros do Brasil, 1952. 
– Il. Cândido Costa Pinto.

Reed. 1970. / 1972. / 1986. / 1.ª, 2.ª e 3.ª ed., Lisboa: Portugália. – Pref. Vasco Graça Moura; il. Costa Pinheiro, 2008. / 2010. / Lisboa : Bertrand, 2011. – rev. Francisco Liz.






Acerca de Aquilino como camonista:

  • BAPTISTA, Fernando Paulo (2011) Ribeiro, Aquilino (camonista), verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Coord. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 866.
  • CORREIA; Sebastião Morão (1970) A propósito do "Camões" de Aquilino: a interpretação dum romancista e o sentido das justas proporções revelado em "Os Lusíadas". Lisboa : Ocidente. – 32 p.
  • DÓRIA, António Álvaro (1964) Camões visto por Aquilino Ribeiro. [Lisboa] : Instituto de Estudos Portugueses. – [[13]-35 p. ; 23 cm]. – Sep. de : Revista Camoniana, vol. 1, 1964.
  • FERNANDES, M. Correia (1999) Aquilino Ribeiro e Luís de Camões, in Pós-leituras: temas de literatura portuguesa e comparada. Porto: Asa. – [publicou texto homónimo em: Granada: Universidad. – Sep. Homenaje a Camões, 1980, p. 85-96].
  • FERNANDES, M. Correia - "Aquilino Ribeiro: uma obra a revisitar (2)", artigo online.
  • MARTINS, Serafina (2007) As vidas de um poeta maior: sobre Camões e Aquilino Ribeiro, apud Isabel Almeida, Maria Isabel Rocheta, Teresa Amado (orgs.) – Estudos para Maria Idalina Resina Rodrigues, Maria Lucília Pires, Maria Vitalina Leal de Matos. Lisboa: Dep. de Literaturas Românicas, FLUL.
  • MARTINS, Serafina – Aquilino Ribeiro, em bases temáticas do CVC do Camões I.P.






Saber +