2008/12/11

Colóquio "Renascimentos na Europa do século XVI: Formas Ritmos e Convergências"


"Renascimentos na Europa do século XVI: 
Formas Ritmos e Convergências"

COLÓQUIO


11 e 12 DEZ. 2008

No Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

Comissão Organizadora,

Mafalda Ferin Cunha
Maria de Jesus C. Relvas
Pedro Flor
 Universidade Aberta



PROGRAMA


11 de dezembro, quinta-Feira

9h00
Recepção e Acolhimento

9h30 – Abertura
Carlos Reis, Reitor da Universidade Aberta

10h00 - 10h50

"Renascimento – uma questão de História"
por Maria do Rosário Themudo Barata, FLUL

"Incursões na tessitura do Renascimento Inglês"
por Maria Salomé Machado, FLUL

Debate

11h00 – Pausa para café

11h30 - 12h15

"A revolução narrativa na Pintura portuguesa da primeira metade de Quinhentos"
por Fernando António Baptista Pereira, 
Faculdade de Belas-Artes da U. Lisboa

"Renascimento e Artes Decorativas em Portugal"
por Isabel Mendonça
Escola Superior de Artes Decorativas,
Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva

Debate

13h00 – Almoço

14h30 - 15h15

"A Inquisição no Portugal quinhentista: sentidos de uma transformação"
por Maria do Carmo Teixeira Pinto, U. Aberta

"Família e ordem social: seus desafios e reavaliaçõpes:
do Humanismo Cristão ao pensamento reformista"
por Maria Leonor Garcia da Cruz, FLUL

Debate

15h30 – Pausa para café

16h00 - 16h45

"Liberdade e Destino em Sá de Miranda e Luís de Camões"
por Maria Vitalina Leal de Matos, FLUL

"Triunfo ou queda do Homem: o sentido de alguns mitos na poesia portuguesa do século XVI"
por Mafalda Ferin Cunha, U. Aberta

Debate


Dia 12 de dezembro, sexta-Feira


9h30 - 10h45

"The man in the Moone, de Francis Godwin. Rumo a um novo paradigma"
por Adelaide Meira Serras, FLUL

"Escrever a viagem: relatos de viajantes portugueses quinhentistas"
por Ana Paula Laborinho, FLUL

"A construção de uma imagem de Orinete [sic, Oriente?] na escrita e no desenho do Portugal de Quinhentos
por Ana Paula Avelar, U. Aberta

Debate

11h00 – Pausa para café

11h30 - 12h15

"Corte e Literatura no Renascimento Europeu"
por Rita Marnoto, FLUC

"Enigma e Saudades de Bernardim Ribeiro"
por Teresa Amado, FLUL

Debate

13h00 – Almoço

14h30 - 15h15
"Entre-Mundos: a Arte como ideologia histórica em Francisco de Holanda"
por António Teixeira, U. Aberta

"Jorge Ferreira de Vasconcelos e o Teatro português do Século XVI"
por Maria do Rosário Laureano Santos, FCSH da U.NOVA

Debate

15h30 – Pausa para café

16h00 - 16h45

"Descobrir o Encoberto: elementos para o estudo da iconografia de D. Sebastião"
por Pedro Flor, U. Aberta

“Fair eyes, sweet lips, dear heart” – A dama idealizada no tempo de Isabel Tudor"
por Maria de Jesus C. Relvas, U. Aberta

Debate

17h30 – Encerramento




para saber +



Actas do Colóquio Renascimentos na Europa do século XVI: formas, ritmos e convergências
(Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 11 e 12 dezembro 2008) | Em CD
Org. Mafalda Ferin Cunha, Maria de Jesus C. Relvas, Pedro Flor.
Lisboa: Universidade Aberta, 2011




Redação: 25.05.2025

2007/09/01

FLUC - Literatura Portuguesa 4 integra estudos camonianos, por Paulo Jorge da Silva Pereira


Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

LITERATURA PORTUGUESA 4

Programa 2007/2008
1º Semestre

Docentes: Doutor Albano António Cabral Figueiredo
Dr. Paulo Jorge da Silva Pereira





Conhecimentos de base recomendados (áreas ou disciplinas):

Recomenda-se o contacto prévio com a seguinte bibliografia activa:
  • Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão. Apresentação de Aníbal Pinto de Castro. Coimbra, Livraria Almedina, 2005.
  • Luís de Camões, Os Lusíadas. Leitura, prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão. Apresentação de Aníbal Pinto de Castro. Lisboa, I.C.L.P., 1989 (várias reimpr.).
  • António Vieira, Obras Completas. Com prefácio e notas do Prof. Marques Braga. Lisboa, Sá da Costa, 1945-1946 ( 3 vols. ). Ou Sermões. Pref. e rev. do Padre Gonçalo Alves. Porto, Lello & Irmão, s/d.


Resumo:

I - Introdução. 

1- O quadro histórico-social e cultural de Portugal na segunda metade do séc. XVI e no séc. XVII. 

2- A evolução dos códigos literários e a dinâmica periodológica.
2.1- Renascimento e Maneirismo: soluções de continuidade e sinais de transformação.
2.2- A emergência da estética barroca.

II - As Rimas de Luís de Camões. 

1- A formação estética do Poeta e o seu eclectismo. 

2- Os modelos e os códigos: a tradição cortesanesca peninsular; Dolce stil nuovo, Petrarquismo e Neoplatonismo. 

3- Os grandes temas do lirismo camoniano: sua caracterização e organização. 

4- As formas de expressão: variedade e propriedade semântica. 

5- O idiolecto camoniano - da imitação à elaboração de um discurso poético próprio.

III - A poesia portuguesa do Maneirismo.

IV - A oratória do Padre António Vieira. 

1- A formação intelectual e a experiência de vida. 
2- A oratória barroca e o sermonário de Vieira: da preceptística da Sexagésima à constelação discursiva pessoal. 
3- O ideário e a prática parenética: os temas, os lugares e os tempos do pregador. Vieira no espaço luso-brasileiro e nos palcos do mundo. 
4- Do dito ao escrito: a fala e a escrita como exercitação da língua e construção de um estilo.

V - Conclusão.


Métodos de ensino: 

Para além da exposição teórica levada a cabo pelo docente, lançando mão de variadas estratégias e de diversos instrumentos de apoio didáctico, será valorizado o contributo ativo e crítico dos alunos na análise e interpretação dos textos literários e doutrinários seleccionados.

Resultados:

Pretende esta cadeira fornecer uma visão criticamente amadurecida das tensões que afetaram o campo literário no período histórico-cultural que abarca (séculos XVI e XVII), não só mediante o estudo dos autores e obras mais representativos, mas pondo também em relevo a multímoda dinamização de códigos e géneros. 
Por outro lado, deverão os alunos ter aprofundado o diálogo crítico com os textos e desenvolvido o interesse pela investigação em torno das matérias tratadas.




Bibliografia de referência:

  • BERNARDES, José Augusto Cardoso, História Crítica da Literatura Portuguesa. Vol. II - Humanismo e Renascimento. Lisboa, Verbo, 1999, pp. 369-463; 
  • CASTRO, Aníbal Pinto de, "Camões e a tradição poética peninsular", in Actas da III Reunião Internacional de Camonistas. Ponta Delgada, Universidade dos Açores, 1984, pp.133-151; 
  • CASTRO, Aníbal Pinto de, "Camões", in Biblos. Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa. Lisboa, Editorial Verbo, 1995, cols. 884-905; 
  • CASTRO, Aníbal Pinto de, António Vieira: uma síntese do Barroco luso-brasileiro. Lisboa, Correios de Portugal, 1997; 
  • MARNOTO, Rita, O Petrarquismo português no Renascimento e no Maneirismo. Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, 1997; 
  • MATOS, Maria Vitalina Leal de, Introdução à poesia de Luís de Camões. Lisboa, I.C.L.P., 1987.; 
  • MENDES, Margarida Vieira, A oratória barroca de Vieira. Lisboa, Editorial Caminho, 1989; 
  • MENDES, Margarida Vieira (Org.), Vieira escritor. Lisboa, Cosmos, 1997;
  • PIRES, Maria Lucília Gonçalves e CARVALHO, José Adriano de, História Crítica da Literatura Portuguesa. Vol.III - Maneirismo e Barroco. Lisboa, Editorial Verbo, 2001; 
  • SARAIVA, António José, O discurso engenhoso. Lisboa, Gradiva, 1996; 
  • SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e, Camões. Labirintos e fascínios. Lisboa, Cotovia, 1994.



Avaliação:

Avaliação contínua (uma apresentação oral, um resumo crítico e um teste escrito) ou avaliação final (um exame escrito, que abrange todos os conteúdos leccionados e tem lugar no final do semestre, podendo implicar a realização complementar de uma prova oral).

Língua de ensino:

Português

Duração:

Semestral ( 1º ), com 4 horas semanais.









Estudos Camonianos 1 e 2 (Disciplinas de Opção), na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra




Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Estudos Camonianos 1 e 2

(Disciplinas de Opção)

Programa 2007/2008



1º Semestre - Estudos Camonianos 1

Docente: Doutor Manuel Ferro



Apresentação:

Este curso tem como objectivo introduzir e apresentar a obra de Luís de Camões, focando as questões levantados à volta da sua figura e os temas predominantes relacionados com a sua actividade poética, quer de um ponto de vista sócio-cultural, quer literário, pretendendo ainda desenvolver nos alunos as necessárias competências para o incremento de investigação nesta área, fundamentando-se num conhecimento privilegiado e eficaz do texto camoniano.

Introduction:

This course intends to introduce and present the work of Luís de Camões, focalizing the main questions raised around his life and the prevailing themes related to his writing, not only under a sociocultural point of view, but also under a literary perspective. Besides, it’s aimed to develop among the students the necessary abilities to increase research in this area, starting with a deep and efficient knowledge of the Camonian texts.

Duração:

Esta cadeira funciona em regime semestral, com a duração lectiva de 4 horas semanais, divididas em duas aulas de duas horas cada.

Length:

This discipline functions under the semester regime, with the weekly lenght of 4 hours of classes, divided into two lessons of two hours each.

Unidades Curriculares: 

5 ECTS

Curricular Units:

5 ECTS



PROGRAMA:

1. O contexto histórico-cultural da obra camoniana. Movimentos, códigos poéticos e coordenadas culturais.

2. Pressupostos histórico-literários e filológicos. Biografia e biografismo. Aspectos vivenciais da obra camoniana. Dificuldades no estabelecimento do cânone. A fortuna histórico-cultural.

3. Os géneros da escrita camoniana:

3.1. A Lírica: Códigos e modelos; o princípio da imitação; temas e formas poéticas dominantes; a síntese alcançada. A vitalidade do estilo poético camoniano.

3.2. A Épica: a epopeia no sistema de géneros do Renascimento; Os Lusíadas e seus modelos; a matéria épica tratada; a organização estrutural do poema; o lirismo patente; formas de expressão; mitos e símbolos.

3.3. O Teatro: os autos camonianos e a tradição dramática quinhentista; temas principais; a modelação das personagens; organização estrutural.

4. Constantes do macrotexto camoniano: valores poéticos e morais; linhas de força fundamentais; síntese e originalidade.

Description:

1. The historical and cultural context of the Camonian work. Movements, poetical codes and cultural trends.

2. Historical-literary and philological intents. Biography and biographism. Existential features of the Camonian work. Difficulties on the canon establishment. His historical-cultural fortune.

3. Genders of the Camonian writing:

3.1. Lyrics: Codes and models; the principle of imitation; the prevailing themes and poetical forms; the attained synthesis. The Camonian poetical style vitality.

3.2. Epics: The epic poem in the system of the Renaissance genders; the Lusiads and its models; the epic matter; the structural organization of the poem; the patent lyricism; forms of expression; myths and symbols.

3.3. Theater: The Camonian plays and the 16.th century dramatic tradition; the leading themes; the characters modelling; structural organization.

4. Constants of the Camonian macrotext: Poetical and moral values; fundamental strength lines; synthesis and originality.




Bibliografia / Bibliography:


— Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão. Apresentação de Aníbal Pinto de Castro, Coimbra, Livraria Almedina, 2005.

— Luís de Camões, Os Lusíadas. Leitura, prefácio e notas de Álvaro J. da Costa Pimpão. Apresentação de Aníbal Pinto de Castro, Lisboa, Instituto Camões, 3.ª ed., 1994.

— Luís de Camões, Teatro. Edição de Hernâni Cidade, Lisboa, Círculo de Leitores, s.d.

— Luís de Camões, Obras Completas. Prefácio e notas de Hernâni Cidade, Lisboa. Livraria Sá da Costa, s.d.


A bibliografia crítica será indicada no início do Semestre.

Critical bibliography will be indicated at the beginning of the Semester.


Conhecimentos de base recomendados:

Recomenda-se a leitura prévia da obra camoniana e a frequência de cadeiras de Literatura Portuguesa, cujos programas tratem de autores contemporâneos de Camões, bem como de cadeiras introdutórias ao estudo do texto literário.

Recommended prerequisites:

Students are recommended to read previously the whole Camonian work and attend disciplines of Portuguese Literature, the programs of which deal with Camões contemporary authors, as well disciplines of introduction to literary studies.

Língua de Ensino:

As aulas são leccionadas em língua portuguesa.

Teaching Language:

Classes are followed in Portuguese.


Métodos de Ensino:

As aulas são de carácter teórico-prático, recorrendo sempre que necessário à leitura, análise e comentário dos textos das obras camonianas. Também estão previstas sessões de orientação dos trabalhos escritos, para discussão dos temas, estrutura e acompanhamento na sua elaboração. De igual modo, está previsto um horário de atendimento semanal aos alunos, para esclarecimento das dúvidas por eles apresentadas.

Teaching Methods:

Classes follow a theoretical-practical standard, recurring whenever necessary to the reading, analysis and comment of texts from the Camonian work. Some sessions are also foreseen to direct students when they are involved in the composition of written essays, to discuss the theme, structure and, of course, their development. Besides, a weekly timetable is also foreseen to attend students, so that they can present and clarify their doubts.

Avaliação:

A avaliação de conhecimentos seguirá preferencialmente o sistema de avaliação contínua, constituído pela participação ativa nas aulas teórico-práticas e pela elaboração de um trabalho final ou a realização de uma frequência. No caso da elaboração do trabalho escrito, este deve conter entre 10 e 15 páginas, em letra Times New Roman 12, com o intervalo entre linhas de espaço e meio.

Também está previsto que os alunos façam esta cadeira em regime de avaliação final.

Assessment:

The evaluation of knowledge in this discipline follows in preference the system of continuous assessment, obtained through the active participation in theorical and practical classes and the composition of a final essay or a final test. In case the student chooses the composition of an essay, this must count from 10 to 15 pages, in Times New Roman characters, with 1,5 spaces between lines.

Students may also attend this discipline and evaluate their knowledge through final assessment.


Resultados da Aprendizagem:

No fim do curso, espera-se que os alunos estejam em condições de identificar os aspectos fundamentais da obra camoniana. 
Por outro lado, espera-se que os alunos fiquem a dominar de modo panorâmico os aspectos dominantes que individualizam os diferentes géneros abordados, ficando capacitados para sistematizarem eficientemente os conhecimentos adquiridos. 
Simultaneamente, os alunos serão estimulados a desenvolver e aprofundar os conhecimentos de leitura, análise e comentário não só dos textos recomendados, como de outros de natureza crítica.

Learning Outcomes:

At the end of this course, it is expected that students may identify the fundamental aspects of the Camonian work. On the other hand, it is expected that students stay in conditions of knowing in a panoramic way the main aspects which specify the different literary genders that here are dealt, becoming enabled to systematize efficiently the aquired skills. Simultaneously, students are stimulated to develop and deepen their capacity of reading, analysis and comment not only the recommended texts, but also to deal with critical bibliography.




Avisos:

Esta cadeira insere-se no leque de disciplinas de opção disponibilizado pelo Grupo de Estudos Românicos:

— É uma cadeira de opção condicionada oferecida pela área do Português;
— Cadeira de opção disciplinar para os estudantes de Línguas Modernas, com outras variantes;
— Cadeira de opção livre para os estudantes de outras licenciaturas.

Para mais informações sobre actividades no âmbitos dos Estudos Camonianos, consulte-se a página web: http://www.uc.pt/ciec 

Important Remarks:

This discipline is available as an option offered by the Group of Romanic Studies:
— It is a conditioned option offered by the area of Portuguese;
— Disciplinar option for students of the BA Course in Modern Languages, with other alternatives;
— Free option for students belonging to other Courses.

For further information related with the activities of the Camonian Studies see the website of the Interuniversitary Center of Camonian Studies: http://www.uc.pt/ciec








2º Semestre - Estudos Camonianos 2

Docente: Doutor Manuel Ferro




Apresentação:

Após uma abordagem global da obra camoniana, feita no primeiro semestre, visa esta cadeira analisar a recepção do Poeta na Literatura Portuguesa, determinando o modo como foi lido e criticamente julgado ao longo dos tempos, as circunstâncias que condicionaram essa recepção e as imagens que se construíram de Camões e da sua obra, centrando-se na análise das diferentes edições, nos comentários nelas contidos, nas biografias redigidas ou nos textos de poética.

Introduction:

After the global study of the Camonian work, done in the first semester, this course has the purpose of analysing the Poet’s reception in the Portuguese Literature, establishing the way in which he was read and critically judged, the circumstances that conditioned his reception and the images that were build of Camões and his work, focusing our attention in the analysis of the different editions, the commentaries that there can be found, the biographies written or Poetics treaties.

Duração:

Esta cadeira funciona em regime semestral, com a duração lectiva de 4 horas semanais, divididas em duas aulas de duas horas cada.

Length:

This discipline functions under the semester regime, with the weekly lenght of 4 hours of classes, divided into two lessons of two hours each.

Unidades Curriculares:

5 ECTS

Curricular Units:

5 ECTS



PROGRAMA:

“Camões nas Letras Portuguesas”


1. As edições d’ Os Lusíadas e das Rimas.


2. Leituras d’ Os Lusíadas:

2.1. A obra camoniana como modelo nos textos de poética do Barroco e Neoclassicismo.
2.2. A exegese do Poema.
2.3. Os Lusíadas como paradigma épico: a crítica ao Poema; as polémicas no Barroco e Neoclassicismo; as tentativas de reforma da epopeia e a decadência do género.


3. Ecos camonianos na produção lírica de poetas representativos de diferentes períodos literários.


4. Camões, homem e Poeta:
4.1. As biografias.
4.2. A génese do mito camoniano.
4.3. Camões, 'dramatis persona'.

5. Camões e a crítica: Os estudos camonianos no âmbito dos estudos literários.


Description:

“Camões along the centuries in the Portuguese Letters”



1. The Lusiads and Rimes editions.

2. Reading the Lusiads:
2.1. The Camonian work as a model in texts of Poetics belonging to the Baroque and Neoclassicism.
2.2. The epics exegesis.
2.3. The Lusiads as an epic pattern: The critique to the Poem; the polemics raised during the Baroque and Neoclassicism; the attempts to reform epopee and the decadence of the gender.

3. Camonian echos in the lyric production of representative poets of different literary periods.

4. Camões, the man and the Poet:
4.1. Biographies.
4.2. Genesis of the Camonian myth.
4.3. Camões, 'dramatis persona'.

5. Camões and literary critique: Camonian studies in the field of literary studies.




Bibliografia / Bibliography:

A bibliografia fundamental será indicada no início das aulas. No entanto, adiantam-se alguns títulos de referência que servirão de base para as matérias indicadas:

The fundamental bibliography will be delivered in the first days of classes. Nevertheless, the following titles are considered of basic reference for the above indicated subjects:


— Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro Júlio da Costa Pimpão, Coimbra, Atlântida, 1973 (Reeditado em 1994 com nota de apresentação de Aníbal Pinto de Castro).

— Luís de Camões, Os Lusíadas. Leitura, prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão, Lisboa, Instituto de Alta Cultura, 1972 (Reeditado em 1989 sob os auspícios do ICALP, com nota de apresentação de Aníbal Pinto de Castro).

Actas da III Reunião Internacional de Camonistas (10 a 13 de novembro de 1980), Coimbra, Universidade, 1987.

Actas do V Reunião Internacional de Camonistas, São Paulo, Universidade de São Paulo / Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 1987.

— Aníbal Pinto de Castro, Retórica e Teorização Literária em Portugal: do Humanismo ao Neoclassicismo, Coimbra, Centro de Estudos Românicos, 1973;

— Manuel Ferro, A Recepção de Torquato Tasso na Épica Portuguesa do Barroco e Neoclassicismo, Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade, 2004.

— Maria Lucília Gonçalves Pires, A Crítica Camoniana no Século XVII, Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1982.

Homenaje a Camões. Estudios Hispano-Americanos, Granada, Universidade de Granada, 1980.




Conhecimentos de base recomendados:

Recomenda-se a frequência prévia das cadeiras de Estudos Camonianos I e Literatura Portuguesa, cujos programas tratem de autores contemporâneos de Camões, bem como cadeiras introdutórias ao estudo do texto literário.

Recommended prerequisites:

Students are recommended to attend previously disciplines of Camonian Studies I and Portuguese Literature, the programs of which deal with Camões contemporary authors, as well disciplines of introduction to literary studies.

Língua de Ensino:

As aulas são leccionadas em língua portuguesa.

Teaching Language:

Classes are followed in Portuguese.




Métodos de Ensino:

As aulas são de carácter teórico-prático, recorrendo sempre que necessário à leitura, análise e comentário dos textos das obras recomendadas ou de outras consideradas pertinentes para a leccionação dos conteúdos em causa. Também estão previstas sessões de orientação dos trabalhos escritos, para discussão dos temas, estrutura e acompanhamento na sua elaboração. De igual modo, está previsto um horário de atendimento semanal aos alunos, para esclarecimento das dúvidas por eles apresentadas.


Teaching Methods:

Classes follow a theoretical-practical standard, recurring whenever necessary to the reading, analysis and comment of texts from the recomended Camonian literary works or from other titles considered relevant to the teaching of the items belonging to the program. Some sessions are also foreseen to direct students when they are involved in the composition of written essays, to discuss the theme, structure and, of course, their development. Besides, a weekly timetable is also foreseen to attend students, so that they can present and clarify their doubts.

Avaliação:

A avaliação de conhecimentos seguirá preferencialmente o sistema de avalição contínua, constituído pela participação activa nas aulas teórico-práticas e pela elaboração de um trabalho final ou a realização de uma frequência. No caso da elaboração do trabalho escrito, este deve conter entre 10 e 15 páginas, em letra Times New Roman 12, com o intervalo entre linhas de espaço e meio.

Também está previsto que os alunos façam esta cadeira em regime de avalição final.

Assessment:

The evaluation of knowledge in this discipline follows in preference the system of continuous assessment, obtained through the active participation in theorical and practical classes and the composition of a final essay or a final test. In case the student chooses the composition of an essay, this must count from 10 to 15 pages, in Times New Roman characters, with 1,5 spaces between lines.

Students may also attend this discipline and evaluate their knowledge through final assessment.



Resultados da Aprendizagem:

No fim do curso, espera-se que os alunos estejam em condições de identificar os aspectos fundamentais da recepção literária de Camões nas letras portuguesas ao longo dos séculos. Por outro lado, espera-se que os alunos fiquem a dominar de modo panorâmico os aspectos fundamentais que individualizam estes estudos de recepção, ficando capacitados para sistematizarem eficientemente os conhecimentos adquiridos. Simultaneamente, os alunos serão estimulados a desenvolver e aprofundar os conhecimentos de leitura, análise e comentário não só dos textos recomendados, como de outros afins.

Learning Outcomes:

At the end of this course, it is expected that students may identify the fundamental aspects of the Camões’ literary reception in the Portuguese Letters along the centuries. On the other hand, it is expected that students stay in conditions of knowing in a panoramic way the main aspects which specify these studies of reception, becoming enabled to systematize efficiently the aquired skills. Simultaneously, students are stimulated to develop and deepen their capacity of reading, analysis and comment not only of the recommended texts, but also other correlative works.


Avisos:

Esta cadeira insere-se no leque de disciplinas de opção disponibilizado pelo Grupo de Estudos Românicos:

— É uma cadeira de opção condionada oferecida pela área do Português;
— Cadeira de opção disciplinar para os estudantes de Línguas Modernas, com outras variantes;
— Cadeira de opção livre para os estudantes de outras licenciaturas.

Para mais informações sobre actividades no âmbito dos Estudos Camonianos, consulte-se a página web: http://www.uc.pt/ciec

Important Remarks:

This discipline is available as an option offered by the Group of Romanic Studies:

— It is a conditioned option offered by the area of Portuguese;
— Disciplinar option for students of the BA Course in Modern Languages, with other alternatives;
— Free option for students belonging to other Courses.

For further information related with the activities of the Camonian Studies see the website of the Interuniversitary Center of Camonian Studies: http://www.uc.pt/ciec








2005/02/01

Ensaio de Ezra Pound sobre Camões

 




capa da 2.ª edição


Camões

 Ezra Pound

 Introdução de Stephen Wilson

Tradução de Isabel Pedro dos Santos

Coimbra: Fenda Edições, 1980.

2.ª ed., 2005. - Posfácio de Stephen Wilson




"Camões escreve num estilo resplandescente e bombástico - que por vezes é poesia. A língua portuguesa, pouco musical, é subjugada, e os seus acordes dissonantes harmonizados. Como retórica colorida, Os Lusíadas dificilmente será ultrapassado, em minha opinião. O encanto deve-se ao vigor do autor, à sua unanimidade, à firme convicção da glória das coisas do mundo exterior - e há igualmente um certo prazer no contacto com o tipo de espírito de Camões, o espírito de um homem com suficiente entusiasmo para escrever um poema épico em dez Cantos sem nunca se deter em qualquer tipo de reflexão filosófica. Ele é o Rubens da poesia."


"A índole do pensamento de Camões é retórica, mas a sua dicção e técnica admiráveis. A beleza de Camões só será exactamente reproduzida em Inglês quando os tradutores deixarem de substituir as palavras portuguesas por palavras inglesas derivadas do mesmo étimo latino. A tradução de Camões para palavras de origem saxónica requereria um cuidado de dicção igual ao do autor e manteria o vigor do original."

Ezra Pound





Camões num ensaio de Ezra Pound

Carlos Cunha 

Em 1912, publicou Ezra Pound um livro de ensaios - Spirit of Romance - e, nele, um aguerrido estudo sobre Camões - homem com "bastante entusiasmo para escrever um poema épico em dez cantos sem fazer uma só pausa para qualquer espécie de reflexão filosófica". Se não podemos furtar o flanco à percuciente audácia de heresias como aquela que considera Camões "esplêndido e retórico" e, sob esse aspecto, Os Lusíadas "difíceis de superar", é-nos impossível, contudo, diante de afirmações e juízos que o conhecimento da lírica camoniana, especialmente dos sonetos e canções, não teria permitido, deixar de sentir uma certa insurreição lusíada...

Porque subestima Os Lusíadas "o épico de um segmento"? Porque vê no poeta "não uma força e sim um sintoma" da época? Porque o considera "o Rubens do verso"? Porque o acusa de barroco? Não. Tudo isso, afinal, pode estar certo, - mas tudo isso exorbita de uma análise serena.

Longe de pretendermos Camões atrás dessa cortina de mitos que guarda o poder dos "duces" e o prestígio dos poetas, e antes levados do desejo de ver a sua múltipla, inesgotável e singularíssima personalidade a uma luz desmitificadora e acerba, cumpre-nos, antes de mais, observar: Serão, na verdade, Os Lusíadas o épico de um segmento?

Enfeudado à ideologia da casta senhorial e guerreira que preparou os descobrimentos (embora orgulhoso, revel e, por conseguinte, capaz de gestos públicos de inconformismo), Camões parece ignorar o papel de povo que nas crónicas de Fernão Lopes assume relevância épica - nos grandes acontecimentos da vida da Nação. A sua concepção individualista da história, agravada de quase literal ausência de perspectiva (o épico não viu de longe o ciclo dos descobrimentos) que lhe permitisse colher, aureolados de lenda, os heróis da epopeia, originária, pela carência de "romanesco" e de ação, um problema a que o recurso a um maravilhoso ("a arrumação das divindades é uma sensaboria") já desmitificado e sem crédito ao tempo de Virgílio, apenas poderia oferecer uma solução de compromisso. Por este lado, Os Lusíadas se afiguram, com efeito, "o épico de um segmento"...

Mas há aqui uma desfocagem. "O Poeta não viveu - como adverte o Prof. Hernâni Cidade - nos tempos de Fernão Lopes. Em tal época - elucida - o importante não era Majestade, nem sequer Alteza: não passava de Mercê. A gradação semântica, através destes termos de tratamento, revela uma gradual exaltação de poder do monarca, cada vez mais identificado com a majestade augusta da Pátria. O fidalgo da casa real, que ele era, vivia numa atmosfera palaciana diferente da que envolvia aquele cronista nos paços medievos de D. Duarte, chefe de um povo que ainda se mantinha em plena democracia"1. Eis um ângulo em que teremos de colocar-nos se quisermos ver, em todas as suas incidências, o perfil do Poeta.

Contrapondo a experiência da observação direta ao cientismo livresco da antiguidade e da escolástica, a confiança do indivíduo em si próprio à despersonalização gregária da Idade Média, Os Lusíadas constituem, sem dúvida, a mais alta e fascinante expressão do Renascimento. E por isso, e ainda porque, como já foi notado, melhor que ninguém exprimiu aquele tipo de mentalidade que anuncia o empirismo científico de Bacon, temos de julgar Camões em relação ao espírito do seu tempo, se não uma força - pelo menos, o sintoma de uma força... Pois que, tal como de Rubens escreveu Taine, "a sua arte não é o efeito de uma causa fortuita, mas sim de um desenvolvimento geral".

Quanto ao barroquismo de Os Lusíadas, é inquestionável que, onde ao Poeta falta observação, a palavra extravasa. Camões é um grande, prodigioso realista. E a sua obra, no que tem de mais genuinamente poético, fruto de um doce e dilacerante convívio: o convívio com a realidade. Sequestrado da experiência, - disserta. Mas nem ele é "o Rubens do verso" (o Wagner, vá!), nem Os Lusíadas um poema de tal género. De resto, se "diction" quer dizer, no conceito da crítica inglesa, "escolha de palavras para expressar ideias", como, neste sentido, considerar "admirável" a dicção de um poeta barroco?

Vou repassando Os Lusíadas e pensando na volubilidade de uma crítica que se apoia em instigações de momento. Recorde-se que "Instigations" é justamente o título de um dos primeiros trabalhos de Pound. E recorde-se também o desacerto que provocou esta nota: que ao longo dos dez cantos do poema, se não vislumbra um momento de reflexão filosófica. Evidentemente que, ao contrário do "De Rerum Natura" de Lucrécio, se não faz aí a apologia ou enunciação de um sistema. Mas quantas reflexões filosóficas suspendendo ou detendo a tuba canora e belicosa!

Foi, se não nos enganamos, Alain quem apontou na escultura uma dimensão metafísica. E um vulto como o Adamastor, ali à entrada dos mares, - símbolo dos terrores pelágicos e das forças cegas da natureza, - tem, na realidade, qualquer coisa que ultrapassa a própria simbologia. De resto, se, como Ezra Pound, na sequência de Hegel, observou, "a poesia se relaciona muito mais estreitamente com o que há de melhor na música, na pintura e na escultura do que com qualquer parte da literatura que não vem a ser genuína poesia", quem esculpiu o Adamastor, aguarelou a tromba marinha e em ritmos numerosos apreendeu "a fala pouco musical" do seu país, não será, ao fim e ao cabo e independentemente de quaisquer preocupações filosofantes, - pelo menos, - superior a Longfellow?

E eis que outro, e não menos condenável deslize, se depara. Com efeito, depois de situar no mesmo plano a mentalidade do épico de Os Lusíadas e a do lírico do Massachusetts, Ezra Pound desaba nesta sentença lustral: "Largado num litoral áspero e fragoso, plantado num ambiente desinteressante, numa época sinistra, Camões teria revelado correspondente mediocridade".

Com todo o grande poeta coexiste sempre um grande crítico. E a verdade é que em Pound o crítico supera quase sempre o poeta - demasiado cerebrino, laboratorial e acústico (se bem que de enorme projeção na poética moderna)2. Como teria ele podido escrever isto? Pois não foi precisamente num "litoral áspero e fragoso" - "junto de um seco, duro, estéril monte", - que a alma do grande solitário se exorcismou nesse grito de imperecível angústia, que é a Canção X, - um dos mais altos voos da lírica universal?


Notas:
1 - Luís de Camões (Colec. "A obra e o homem", de Hernâni Cidade).
2 - Referindo-se à atividade crítica de Ezra Pound, Eliot considera-a "a mais importante da sua espécie em nossa época".

Carlos Cunha 

Camões num ensaio de Ezra Pound
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, p. 65-66.




Máscara de Dança “M'Bro” [representa um Bode], madeira, alt. 31 cm
Baoulé, Costa do Marfim. 
Foto de Mário Novais





1990/06/10

Os Lusíadas iluminados




Capa que reproduz a portada original do manuscrito de Julião Machado



OS LUSÍADAS ILUMINADOS POR JULIÃO MACHADO

Introdução e notas de Martim de Albuquerque

Lisboa: Edições INAPA, 1990.

Sob o patrocínio da Academia Portuguesa da História

47x39 cm; 215, [VII] p.

Reedição em 1994.



Edição facsimilada do original manuscrito, iluminado a cores e a ouro, pelo artista Julião Machado, ilustrador e caricaturista das primeiras décadas do século XX. A edição de 1990 é acompanhada de estudo introdutório e notas de Martim de Albuquerque.

Julião Machado (Luanda, c.1862 - Lisboa, 1930) deixou inédita e incompleta a obra Os Lusíadas iluminados, na qual trabalhara durante  extensos períodos.

Espécime belo e precioso para colecionadores de camoniana: com estojo em cartão para acondicionamento, teve uma uma tiragem de 1000 exemplares, em papel couché, e apresenta uma bela encadernação editorial, imitando pele. A pasta da frente contém colada uma estampa que reproduz o rosoto original do manuscrito de Julião Machado.





1986/06/20

A 1.ª edição de Os Lusíadas (1572) na Biblioteca Digital Luso-Brasileira



"Os Lusíadas é uma obra poética do escritor Luís Vaz de Camões, considerada a epopeia portuguesa por excelência.
[...] foi publicada pela primeira vez em 1572 no período literário do classicismo, três anos após o regresso do autor do Oriente.
A obra é composta de dez cantos, 1102 estrofes e 8816 versos que são oitavas decassílabos, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC – oitava rima camoniana.
A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão descrevendo outros episódios da história de Portugal, glorificando o povo português."