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2025/01/22

"A Índia e a epopeia camoniana em comentários de Faria e Sousa", conferência por Maria Teresa Nascimento


 

"A Índia e a Epopeia Camoniana em Comentários de Faria e Sousa: 
entre o sonho humano e o desígnio celestial"

"India and the Camonian Epic in Faria e Sousa’s Commentaries ; between human dream and divine purpose"

pela Professora Maria Teresa Nascimento
U. Madeira / CIEC da U. Coimbra

CONFERÊNCIA


21 JAN. 2025, terça-feira | às 17h30 | No Camões-CLP em Goa


Organização:

CLP-Camões Goa







para saber +


CLP-Camões Goa | Facebook, 19.01.2024








Redação: 21.01.2024

2024/08/18

Caminhada em Felgueiras - "Manuel de Faria e Sousa e a Lírica Camoniana"





"Manuel de Faria e Sousa e a Lírica Camoniana"

CAMINHADA


17 MAI. 2015 | Início às 9h

Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras, Porto


Organização:

Rota do Românico
Agrupamento de Escuteiros de Margaride
Sentir Património







"Camões e a Música"

No dia em que termina a exposição "Camões e a Música"
patente no Mosteiro de Pombeiro, em Felgueiras, até ao próximo dia 17 de 2015, 
realiza-se a caminhada"Manuel de Faria e Sousa e a Lírica Camoniana".

"Manuel de Faria e Sousa e a lírica camoniana"

"Penso que foi uma jornada bem conseguida... graças à importantíssima 
colaboração de Fernando Soares, de Joaquim Costas da Rota do Românico, 
da casa do Paço de Pombeiro, da casa das Portas, 
do agrupamento de escoteiros de Margaride e 
de cada um, em particular, daqueles que participaram neste evento."

Testemunho no álbum fotográfico de Sentir Património | 212 fotografias
in Facebook, 18.05.2015

Fonte de todas as fotografias:
Sentir Património | Facebook, 18.05.2015








para saber +


Rota do Românico | Site oficial
Rota do Românico | Facebook

Centro de Interpretação do Românico
+351 255 810 706 | +351 918 116 488
rotadoromanico@valsousa.pt | Visitas: visitasrr@valsousa.pt


Ver também
Álbum fotográfico "Caminhada D. Manuel de Faria e Sousa" | 110 fotografias
in Facebook, 5.05.2015











Redação: 18.08.2024

2024/01/02

Un polígrafo portugués en la monarquía hispánica: Manuel de Faria e Sousa (1590-1649)



Capa concebida a partir de 
gravura desenhada por Francisco Gómez de la Reguera e talhada por Juan de Noor. 
In: Francisco Moreno Porcel - Retrato de Manuel de Faria y Sousa, 1650.


 Un polígrafo portugués en la monarquía hispánica: Manuel de Faria e Sousa (1590-1649) 

Edição de Aude Plagnard e Joseph Roussiès

Madrid: Calambur, 2023. 

– 456 p.; 1.ª ed. – 6.07.2023.
Col. Biblioteca Litterale, n.º 39 




"Manuel de Faria e Sousa (1590-1649) dá-nos um exemplo marcante da escrita poligráfica nos tempos modernos. Emulador dos mais canónicos adeptos da escrita múltipla, como Francisco de Quevedo e Francisco Manuel de Melo, tinha a ambição explícita de se afirmar como um ator-chave na república ibérica das letras da sua geração. 

Caneta emblemática de sua época? 

Foi sem dúvida, apesar da sua marginalidade, porque, nascido no bairro do Porto e criado no seio da literatura portuguesa, compôs a maior parte da sua obra em espanhol e publicou quase toda ela em Madrid, participando assim no multilinguismo e na as circulações autoritárias características da península. 

Foi-o, igualmente, porque o seu percurso social o levou de secretário de vários nobres portugueses ao serviço da monarquia hispânica à categoria de autor com todos os títulos: prolífico historiógrafo, prolixo e inventivo poeta lírico, erudito comentador de um reverenciado Camões. 

Como destacou seu admirado Lope de Vega, “sua tentativa foi mostrar-se capaz de escrever em todos os estilos: e conseguiu”. Com estas múltiplas estratégias de escrita, perseguiu um propósito duplo e obsessivo: promover a fama da sua nação, Portugal, agindo perante o público de língua espanhola como passador, barqueiro de ideias para a corte da monarquia composta; desenvolver na vida algumas estratégias elaboradas e avassaladoras de autopromoção destinadas a elevar seu próprio trabalho à categoria de monumento para a posteridade. 

Por isso, oferece-nos um observatório inusitado da consciência do estatuto autoral naquela primeira modernidade. Exploramo-lo nesta monografia coral e bilingue, tal como o foi o trabalho de Faria e Sousa."

Texto da contracapa (tradução livre para português)







ÍNDICE GERAL

Introducción: Un polígrafo en tiempos de la monarquía dual / Aude Plagnard.
Catálogo de textos que implican la autoría de Manuel de Faria e Sousa / Aude Plagnard y Joseph Roussiès.

SECCIÓN 1. VOCES PLURALES: ESTRATEGIAS DE CO-AUTORÍA
1. O empréstimo poético nas Divinas y humanas flores (1624) / Simon Park.
2. A mão do outro autor: o Imperio de la China / Adma Muhana.
3. “La poesía pintada”: as gravuras de Pedro de Villafranca e o escólio impresso de Faria e Sousa a Os Lusíadas / Hélio J. S. Alves.
4. El papel del manuscrito en la construcción autorial del «portugués que más ha escrito» / Aude Plagnard.

SECCIÓN 2. EPITOMIZACIÓN DE LA HISTORIA PATRIA: FUENTES Y ESTRATEGIAS IMITATIVAS
1. Revisitar a Asia Portuguesa: génese e fontes de um projecto historiográfico / Rui Manuel Loureiro.
2. A construção de um singular ‘modo de historiar’ na Europa Portuguesa / Paulo Silva Pereira.

SECCIÓN 3. CONSTRUCCIONES CANÓNICAS Y POLÉMICAS LITERARIAS
1. Un Parnaso mínimo en madrigales, ejemplo de poética práctica / Joseph Roussiès.
2. La censura de las Anotaciones herrerianas por Manuel de Faria e Sousa / Silvia-Alexandra Ștefan.
3. Faria e Sousa, comentador de Garcilaso y crítico de Herrera / Maria do Céu Fraga.
4. Manuel de Faria e Sousa e Manuel Pires de Almeida, polemistas e comentadores d’OsLusíadas / Isabel Almeida.

SECCIÓN 4. ESTRATEGIAS DE SELF-FASHIONING Y CONSCIENCIA AUTORIAL
1. Oprobios de servidumbre: Manuel de Faria y el Marqués de Castelo Rodrigo (1624-1634) / Santiago Martínez Hernández.
2. O mapa da Fortuna / Mauricio M. Nishihata.
3. Para una poética del patriotismo: un autor entre España y Portugal / Valentín Núñez Rivera.
4. Biografía y edición en Faria y Sousa. El Retrato por Moreno Porcel y las estrategias de consagración / Pedro Ruiz Pérez.
5. La rueda de la mala fortuna: Faria e Sousa y la poética de la angustia / Jonathan Wade.

Bibliografía general

I. Fuentes archivísticas
II. Manuscritos e impresos antiguos
III. Ediciones modernas de obras antiguas
IV. Bibliografía crítica








2021/12/16

Edições de colecionador - "Lusíadas comentadas" por Manuel de Faria e Sousa

EDIÇÕES DE COLECIONADOR

A Livraria Lello no Porto, na sua loja online, anuncia pela "módica" quantia de 5 500,00€ uma "edição de colecionador", "um precioso tesouro" - a célebre edição de 1639 de Os Lusíadas comentados por Manuel de Faria e Sousa: 

"Mais um precioso tesouro para adicionar à sua camoniana: uma edição de Os Lusíadas, publicada em 1639 e comentada por um dos principais estudiosos e críticos da poesia camoniana no século XVII. Esta obra, dividida em dois volumes, é curiosamente encadernada a pergaminho. As folhas de guarda são também um reaproveitamento de outros livros não relacionados com a obra, apresentando texto e pautas musicais." - In: Livraria Lello.




Referência abreviada:

Lusiadas de Luis de Camoens, Principe de los Poetas de España. Al Rey N. Señor Felipe Quarto el Grande. Comentadas por Manuel de Faria i Sousa [...]. Madrid: por Iuan Sanchez, 1639. - 4 tomos em 2 vols.




"Manuel de Faria e Sousa dedicou grande parte da sua produção literária aos Descobrimentos portugueses e à figura de Camões. Contestado por muitos como um falsificador dos escritos do poeta épico, não pode deixar de ser visto como um dos seus principais divulgadores. 
Como escreveria Lope de Vega, 
"assi como Luiz de Camoens es príncipe de los poetas que escrivieron en idioma vulgar, lo es Manuel Faria de los commentadores en todas lenguas”.  





 

2021/06/07

O comentário do poema «Sôbolos rios que vão» por Faria e Sousa foi publicado pela Profa Maria do Céu Fraga











Evocação de Camões e de Faria e Sousa

VÍTOR AGUIAR E SILVA



No seu exílio em Londres, o último Rei de Portugal, D. Manuel II, constituiu uma riquíssima biblioteca de livros antigos portugueses, dedicando atenção especial à aquisição de bibliografia camoniana. A biblioteca camoniana de D. Manuel II, homenagem admirável a Camões, à língua e à cultura portuguesas, está integrada no Museu-Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança, no Paço Ducal de Vila Viçosa. Deve ser sublinhado que o Conselho de Administração da Fundação, que teve entre os seus Presidentes o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, tem enriquecido o património legado por D. Manuel II, com a aquisição de relevantes espécies da bibliografia camoniana.

A Doutora Maria do Céu Fraga, professora da Universidade dos Açores e autora de notáveis estudos sobre Camões e sobre a literatura portuguesa do Renascimento e do Maneirismo, acaba de publicar um precioso livro intitulado Babel e Sião. Um manuscrito da Camoniana de D. Manuel II (Fundação da Casa de Bragança, 2021), no qual dá a conhecer, com sólido saber filológico e histórico-literário e com apurado sentido hermenêutico, um dos tesouros da Camoniana do último monarca português. Trata-se de um manuscrito autógrafo de Faria e Sousa (1590-1649), o inigualável comentador de Os Lusíadas (Madrid, 1639) e das Rimas varias (Lisboa, 1685 e 1689; edição póstuma levada a cabo por Pedro de Faria e Sousa, filho do célebre comentador). O manuscrito agora publicado constitui num caderno de trabalho do polígrafo seiscentista, um borrador que contém o comentário do poema «Sôbolos rios que vão» e um excurso sobre a história e a composição da redondilha como forma poética.

Fica-se assim a conhecer o comentário de Faria e Sousa a um dos grandes poemas da lírica camoniana, pois que a edição das Rimas varias não abrangeu a obra de Camões escrita na chamada medida velha. Com a sua vastíssima cultura literária, em sentido amplo, e com a sua prodigiosa memória textual, Faria e Sousa analisa minuciosamente e quase sempre com pertinência as relações intertextuais, no plano da forma e no plano do conteúdo, de «Sôbolos rios que vão» com textos gregos e latinos, medievais, renascentistas e maneiristas, demonstrando ao mesmo tempo a riqueza da poesia de Camões e a riqueza da cultura literária do seu comentador e intérprete. Mencionarei apenas um exemplo desta análise de relações intertextuais. Na décima vinte e oito – deixo suspenso o problema da composição em décimas ou em quintilhas do poema camoniano –, lê-se: 

Ouça-me o pastor e o Rei,
retumbe este acento santo,
mova-se no mundo espanto;
que do que já mal cantei
a palinódia já canto. 

Faria e Sousa comenta assim o último verso: 
«Quer dizer que dá o dito por não dito, isto é, que tendo cantado erros quer cantar acertos. O poeta Estesícoro escreveu contra Helena por ser causa da ruína de Tróia com a sua formosura; mas, aparecendo-lhe Castor e Pólux, cegaram-no por estes escritos e ele, tornando a desdizer-se, escreveu louvores de Helena e logo recuperou a sua vista: este foi o princípio disto a que se chama cantar a palinódia. Platão, no Fedr. : Palinodium cecimimus» (tradução de Maria do Céu Fraga). 

O comentário de Faria e Sousa invoca pertinentemente o Fedro (243a-243b) de Platão, que Camões teria conhecido direta ou indiretamente. Costa Pimpão, que no início da década quarenta do século XX travou uma breve polémica com Vergílio Ferreira sobre o conhecimento que Camões terá tido de Platão, gostaria de ter conhecido o comentário de Faria e Sousa que corrobora o seu ponto de vista.

Faria e Sousa, o príncipe dos comentadores de Camões nas palavras de Lope de Veja, fonte inesgotável para todos os camonistas – mesmo para aqueles como Storck, Carolina Michaelis e Costa Pimpão que o exautoraram –, ainda não recebeu de Braga, cidade onde fez os primeiros estudos, o reconhecimento simbólico que justamente merece.





 
 



Referência:
SILVA, Vítor Aguiar e  (2021) Evocação de Camões e de Faria e Sousa, in Diário do Minho, 6.06.2021.










2020/02/15

Celebração dos 430 anos do nascimento de Manuel de Faria e Sousa (18 de março de 1590), o grande comentador da obra de Camões




Exposição


Título do evento:

  • “430 anos do nascimento de Manuel de Faria e Sousa” [a partir do cartaz].

Data / Horário:

  • 15 fev. – 29 mar. 2020.
  • A exposição, de entrada livre, está disponível para visitas de quarta-feira a domingo, entre as 10 e as 18 horas.

Local:


  • Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras, Portugal.

Organização e apoios:

Descrição / Programa:

  • Para comemorar os 430 anos de nascimento de Manuel Faria e Sousa (1590-1649), a Câmara Municipal de Felgueiras e a Rota do Românico promoveram uma exposição documental sobre o grande escritor felgueirense, propondo aos visitantes efetuarem uma viagem pela vida e percurso do mesmo, documentada na exposição patente no Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras, entre 15 de fevereiro e 31 de março de 2020]
Datas a destacar:
  • 15 fevereiro, sábado, 16h30 – Inauguração, com apresentação por José Valle de Figueiredo (professor, poeta e crítico literário).

  • 28 março, sábado – Conferência temática por Zulmira C. Santos (professora catedrática da Fac. de Letras da Univ. do Porto).

Para saber mais:


2017/08/30

As primeiras biografias de Camões

As primeiras biografias

 

1.ª - por Pedro Mariz

“A mais antiga biografia, escrita na época dos netos da geração de Camões, é da autoria de Pedro Mariz e antecede a ed. de 1613 [d’Os Lusíadas], comentada por Manuel Correa, amigo de Camões, já falecido, a qual inclui alguns comentários biográficos.” (António José Saraiva)
O texto, intitulado “Ao estudioso da lição poética”, foi reimpresso na edição das Rimas de 1616, com alterações, e foi transcrito (com atualização de ortografia e pontuação) e estudado por Maurício Matos [Brasil, 1973-], disponível online aqui, em formato Word.

2.ª - por Manuel Severim de Faria

A segunda biografia foi publicada por Manuel Severim de Faria [1583-1655] em Discursos vários políticos, 1624.

3.ª - por Manuel de Faria e Sousa

Manuel de Faria e Sousa [1590-1649], o maior comentador da obra camoniana de todos os tempos, publicou duas biografias: uma em 1639, na introdução à edição d’Os Lusíadas (em castelhano), outra, postumamente, em 1685, intitulada “Vida del Poeta”, na edição às Rimas várias de Camões, também em castelhano.




Algumas referências

  • Os Lusíadas / Luís de Camões. Introd., notas, fixação do texto e vocabulário de António José Saraiva. 2.ª ed. Porto: Figueirinhas, 1999. – 1.ª ed., 1978, p. 51.
  • MATOS, Maurício (2005) A mais antiga biografia de Camões, Revista Camoniana. Bauru, v. 17 (2005), 197-206.




1973/03/18

Manuel de Faria e Sousa, o grande comentador da obra camoniana


Cronobiografia de Manuel de Faria e Sousa

(um esboço)




















Busto de Manuel Faria e Sousa
In: John Adamson – Lusitania illustrada, 1842-46[1].



Introdução
1. Nascimento e educação
2. Casamento e descendência
3. Madrid I
4. Regresso a Portugal
5. Roma
6. Madrid II
7. Em memória do escritor


Introdução

Manuel de Faria e Sousa, 1590-1649.
Historiador, moralista, poeta, filólogo, tradutor, crítico, desenhador e calígrafo português.


1. Nascimento e educação (1490-1519 = 28 anos)

1590

Manuel de Faria e Sousa nasceu a 18 de março de 1590, na Quinta do Souto, Pombeiro, em Felgueiras.
Era filho de Amador Peres de Eiró, fidalgo da Casa Real, e de D. Luísa de Faria, neta do senhor de Valmelhorado.
Foi batizado na Igreja do Mosteiro Beneditino de Pombeiro.
Descende de uma família ilustre da velha aristocracia portuguesa, conforme as notas do Nobiliário do Conde D. Pedro:
“os Farias teriam tido origem num Fernandes Pires de Faria, alcaide-mor de Miranda, em tempos de D. Afonso III, ou, mais seguramente, num seu filho, Nuno Gonçalves de Faria. A este veio a suceder na sua casa um filho segundo, Álvares Gonçalves de Faria, que foi pai de João Álvares de Faria, combatente de Aljubarrota, a quem de facto Fernão Lopes menciona. Casado este, teve pelo menos dois filhos, Álvaro de Faria (comendador de Avis) e Afonso Anes de Faria.”

Este foi antepassado de Estácio de Faria, o qual “serviu nas armadas com o governador da Índia Diogo Lopes de Sequeira, teve ofício na fazenda do Brasil, foi douto em letras, “gastou mais que juntou”, e teve vários filhos. De sua mulher Francisca Ribeira, dos Senhores do Couto do Pombeiro (Pombeiros de Ribavizela) teve Dona Luísa de Faria, sua mãe, casada com seu Pai, Amador Pires de Eiró, Senhor da Quinta da Caravela “e mestre de seus filhos”, de Manuel de Faria e Sousa”[2].

1600 – estudos

Vai estudar para Braga ou Refojos de Basto.
Aos 10 anos foi estudar Humanidades nos seminários de Braga para seguir a carreira eclesiástica, mas acabou por recusar esse caminho, casando e constituindo família.

1604

Em 1604, entrou ao serviço como secretário do Arcebispo do Porto, D. Francisco Gonçalo de Morais, seu parente.
D. Manuel de Faria e Sousa, aos catorze anos entrou ao serviço de um amigo do seu pai, D. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto, frequentando a escola episcopal, onde aprendeu História, Artes, Literatura, etc.
Aí escreveu poemas muito apreciados e se relacionou com figuras elevadas da época.

2. Casamento e descendência

1614

Casa [aos 23 anos] com D. Catarina de Machado, “filha de Pedro Machado, contador da Chancelaria do Porto, e de Catarina Lopes de Herrera, que o genro declara sepultada na Sé daquela cidade, e teve entre outros filhos a Pedro de Faria e Sousa, capitão da infantaria espanhola, na Flandres, que em Madrid casou com Dona Luísa de Nárvaez”[3], da primeira nobreza espanhola, dos Condes de Rojas.
Após a morte do pai em Madrid, este seu filho veio logo para Portugal onde “foi muito bem recebido por D. João IV, e viria a ser o preparador, para publicação, de grande parte da enorme massa de inéditos do eminente polígrafo.”[4]
Teve vasta descendência: famílias Botelhos de Morais Sarmento (Conde de Armamar e Guarda-Mores do Sal de Setúbal);  Vasconcelos e Sá; Cabrais (de Évora); Condes da Ervideira, Picão Caldeira, etc., estando a sua representação genealógica e chefia na família Botelho de Moraes Sarmento.

1618

Quando tem 27 anos, morre-lhe o seu padrinho [D. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto] e tem que regressar a Pombeiro.
Na Quinta da Caravela, vive com a mulher e dois filhos.

3. Madrid I (1619-28 = 9 anos)

1619

Um ano mais tarde, em 1619, parte para Madrid como secretário particular do Conde de Muge, Pedro Álvares Pereira, secretário do Conselho de Estado de Filipe II de Portugal para os negócios de Portugal.
Aprende rapidamente o castelhano e, passados três anos, publica poesia nesta língua.

1623

É impressa a sua primeira obra – Muerte de Jesus y llanto de Maria, em Madrid.

1628

Depois da morte do Conde Muge, seu protetor e para quem trabalhava como secretário particular, Manuel Faria e Sousa regressa à pátria.

4. Regresso a Portugal (1628-31 = 3 anos)

Regressando a Portugal, estabeleceu-se em Lisboa, onde permaneceu entre os anos de 1628 e finais de 1631

1630

Visita Pombeiro pela última vez.

5. Roma (1631-34 = 3 anos)

1631

Em outubro de 1631, parte com a sua família para Roma, para assumir o cargo de secretário do embaixador Português no Vaticano, o marquês de Castelo-Rodrigo. 

1633

A 14 de setembro, é recebido em audiência pelo papa Urbano VIII.

6. Madrid II (1634-49 = 15 anos)

1633-1634

Em 1634 regressa a Madrid. É preso durante três meses.

1640

Após a Restauração da Independência de Portugal, decide não regressar à pátria por motivos ainda não inteiramente esclarecidos, talvez para que pudesse funcionar como informador da coroa portuguesa sobre as ações de Madrid.

1647

Manuel de Faria e Sousa adoece.

1649

Faleceu a 3 de junho de 1649, na casa do marquês de Montebelo e a 4 de junho é sepultado no antigo Mosteiro Premonstratense de Madrid.

7. Em memória do escritor

1651

O rei D. João IV concede a Pedro de Faria e Sousa, filho de Manuel de Faria e Sousa, uma tença de 50 mil réis.

1660

A 6 de setembro de 1660, os seus restos mortais foram transladadas para o Mosteiro de Pombeiro, onde repousam sob uma laje à direita do altar-mor.




[1] - Retrato inserto entre as páginas 36 e 37 [pp. 55-56 da versão digital da BN] em: ADAMSON, John [1787-1851] Lusitania illustrada: notices on the history, antiquities, literature, &c. of PortugalNewcastle Upon Tyne: printed by T. and Hodgson, 1842-1846. – Na primeira parte, em que são apresentados sonetos selecionados de cada autor e o respetivo esboço biográfico, Manuel de Faria e Sousa, poeta, é tratado entre as pp. 36-42 [55-64 digitais], com tradução em língua inglesa de um dos seus sonetos portugueses, versão original igualmente apresentada. – BNP: endereço WWW: http://purl.pt/23390.
[2] - V. Jorge de Sena (1980) Trinta anos de Camões. Lisboa: Ed. 70.
[3] - V. Jorge de Sena 1980.
[4] - V. Jorge de Sena 1980.