2018/05/31

O Prémio Literário Luis Vaz de Camões, 2018, criado pela associação de cultura A Palavra Cantada






VI Concurso Literário Nacional "Luís Vaz de Camões"


O concurso literário nacional é realizado anualmente, desde 2012, por A Palavra Cantada – Associação de Cultura, localizada na Rua Luis de Camões em Vila Franca de Xira. Entre os homenageados encontram-se poetas como Bocage e Florbela Espanca.
Em 2018 o concurso visou homenagear Luís Vaz de Camões, poeta "cuja obra escrita já atravessou séculos e continuará a elevar a Língua Portuguesa, num exemplo de mestria e genialidade". Em 2018 o concurso apenas esteve aberto à modalidade de poesia.

"O concurso é destinado a todos os poetas ou pessoas que gostam de escrever, e tem como principais objetivos incentivar a expressão literária em língua portuguesa, bem como, a manifestação escrita acerca do mundo em que vivem."

Os trabalhos puderam ser submetidos até ao dia 31 de maio de 2018 para o email palavracantadaac@gmail.com

Pode-se consultar, na página da Associação ou abaixo, o Regulamento Prémio Literário Luis Vaz de Camões (texto com ligeiras alterações de redação).










Abandono do artifício


Desconheço-me neste ímpeto
de existir sem mais delongas
e de abandonar todos os artifícios.

Só a poesia cumpre
as alvoradas e as noites de manto estrelado
sem subserviência e sem pudor.

SARA TIMÓTEO





Quero cantar a saudade


Ó ondas do mar
Deixai-me embarcar
Deixai-me voltar

Em barca estilosa
Em onda ditosa
Quero lá chegar

A vida distante
É agitante
E cheia de guerra

Há muito oportuno
E há mais gatuno
que na nossa terra

Aqui é diferente
Há muita gente
Que está ausente

Estão a sorrir
Mas sabem fingir
Mesmo à nossa frente

Estrelas do Céu
olhem que eu sou réu
Da triste ventura

Sois as companheiras
Meninas solteiras
Da minha amargura

Quero cantar a saudade
E ver nos teus olhos toda a verdade
Quero cantar equidade
E ver nos teus lábios sinceridade

ORLANDO GOMES





Mares Navegados


No regresso da Taprobana
Escritos foram feitos na cabana
Narrando de forma épica e lírica
Tamanha façanha agonística

Intrigas gregas e deuses pagãos
História em odes quinhentistas
Exortando alegrias aos cristãos
E desbravando rotas belicistas

Versos em sonetos e redondilhas
Passaste Adamastor para Oriente
Definido no Tratado de Tordesilhas

Amores entre Ophélias e Dinamene
Julgando ser um galã omnisciente
Mas só a sua obra sobreviverá perene

ALEXANDRE CARVALHO





Sonhos


Onde andam meus sonhos, doce ilusão
Que um dia desejei ao despertar
Sonhos que sempre quis concretizar
Foram com o vento onde será que estão

O tempo mata as ilusões do coração
Eu não sei mais como as encontrar
Levantando a voz, volto a perguntar
Onde vou achar de novo a ambição

Quero conservar em mim a esperança
Não quero sentir-me perdida, sem norte
Depois da tempestade vem a bonança

Voltar a sonhar, sentir que se alcança
Cantando meus ideais, tentando a sorte
Desejar q’haja enfim, uma mudança

MARIA ISABEL GONÇALVES










Regulamento Prémio Literário Luís Vaz de Camões


Art.º 1.º
(Instituição e finalidade)

A Palavra Cantada – Associação de Cultura instituiu o VI Prémio Literário nacional "Luís Vaz de Camões" para homenagear um grande escritor Luís Vaz de Camões e incentivar a criatividade literária na categoria de poesia.

Art.º 2.º
(Modalidades)
  1. Neste Prémio são aceites trabalhos de poesia de rima livre, soneto, quadra popular, ou outros;
  2. Cada autor poderá concorrer no máximo com 2 (dois) poemas, inéditos.
  3. A publicação em blogs pessoais não invalida o ineditismo, porém a publicação em livros, jornais e/ou antologias, bem como a inscrição simultânea em outro concurso similar, invalidam a inscrição;
  4. A participação no concurso é livre para autores de todas as idades, sem qualquer restrição.

Art.º 3.º
(Concurso)
  1. O concurso para atribuição do prémio literário "Luís Vaz de Camões" é publicitado através da imprensa, da página oficial da Associação e do Facebook da mesma.
  2. As obras concorrentes deverão ser trabalhos originais, apresentados em texto processado a espaço duplo, em formato A4, no máximo 3 páginas e de um só lado, em letra Arial ou Times New Roman, tamanho 12;
  3. As obras concorrentes deverão ser redigidas em português, independentemente da nacionalidade do autor;
  4. O não cumprimento do prescrito nos números anteriores implica a exclusão do concorrente, a menos que, pela excecional qualidade do trabalho, o Júri decida o contrário;
  5. Os trabalhos dos menores de idade terão que vir acompanhados de uma autorização dos seus tutores ou representantes legais.

Art.º 4.º
(Prazo de candidatura)

O prazo de entrega dos originais termina no dia 31 de Maio de 2018.

Art.º 5.º
(Candidatura)

As obras concorrentes poderão ser entregues por uma das seguintes formas:
  • Por via eletrónica o candidato deverá submeter os seus trabalhos no formulário disponível no site da Associação;
  • Por correio eletrónico para o seguinte endereço: palavracantadaac@gmail.com.
Para a modalidade de correio eletrónico deverão ser cumpridos os seguintes critérios:
  • As obras deverão ser enviadas em anexo, preferencialmente em formato pdf, podendo ser aceites em formato doc e docx (word), ou outro desde que os elementos do júri disponham de programa adequado para visualizar o anexo. 
  • Se pretender ser contatado(a) por telefone indique o número. 
  • No assunto do email deverá constar o VI Prémio Literário Nacional "Luís Vaz de Camões".
Findo o prazo de análise das obras por parte do júri, os concorrentes premiados serão avisados no prazo de 10 dias, por telefone, ou por e-mail.

Os concorrentes premiados receberão o prémio via correio eletrónico.

Art.º 6.º
(Prémios)
  1. Serão atribuídos o 1.º, 2.º e 3.º prémios;
  2. Os certificados com a classificação obtida são divulgados através da página oficial da Associação e do Facebook da Associação e do jornal e/ou revista da associação;
  3. Poderão ser atribuídas menções honrosas, se o júri entender que as obras o justificam;
  4. Os ficheiros das obras não premiadas, serão eliminadas após a atribuição dos prémios.

Art.º 7.º
(Júri do concurso)
  1. O júri será constituído por três elementos, com formação na área da literatura;
  2. Os membros do júri não poderão concorrer ao prémio;
  3. As deliberações do Júri são tomadas por maioria, excluindo-se sempre a posição de abstenção.

Art.º 8.º
(Apuramento e classificação)
  1. O Júri disporá de sessenta dias para proceder à classificação;
  2. Não há lugar a prémios exe quo, reservando-se o Júri o direito de não atribuir o prémio se considerar que nenhuma obra o justifica;
  3. Tomada a decisão, o Júri elabora uma ata com a classificação, a qual deve ser tornada pública nos quinze dias imediatos, através de fixação na sede da Associação e no site oficial da Associação.

Art.º 9.º
(Recurso)

Da classificação final não haverá recurso.


Art.º 10.º
(Exclusão)

O não cumprimento do enunciado neste regulamento levará à exclusão da participação deste Prémio Literário.

Art.º 11.º
(Casos omissos)

Os casos omissos e as dúvidas de interpretação são resolvidos pelo Júri, de cuja decisão não há recurso.

Art.º 12.º
(Informações)

  1. Os pedidos de informação são efetuados por e-mail: palavracantadaac@gmail.com;
  2. Os pedidos de informação só poderão ser apresentados até 8 dias antes do fim do prazo de entrega dos trabalhos.

A Direção:

Maria Gomes
Maria Conceição Santos
Lénia Oliveira
Ivone Velosa
Élia Formigo




Rua Luis de Camões, n.º 21-23
2600-181 Vila Franca de Xira,  Portugal






2018/04/25

FLUC - Estudos Camonianos I e II, disciplinas de opção, 2005-2006


Estudos Camonianos I e II

(Disciplinas de Opção)
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Programa 2005/2006

1º Semestre - Estudos Camonianos I

Docente: Doutor José Augusto Cardoso Bernardes

Objectivos

A cadeira de Estudos Camonianos I destina-se a todos os estudantes interessados em conhecer (em registo introdutório) os principais temas e problemas que dizem respeito à figura e à obra de Camões, numa perspectiva literária e sociocultural.

Conteúdos

  • O essencial sobre Camões: vida, obra e fortuna histórico-cultural;
  • Os géneros da escrita camoniana: lírica, épica e teatro;
  • A interpretação dos textos ao longo dos séculos XIX e XX;
  • Os estudos camonianos hoje;
  •  A presença de Camões na Cultura e na Escola portuguesas do século XXI.   

Bibliografia essencial

Ativa

Rimas, texto estabelecido e prefaciado por Álvaro Júlio da Costa Pimpão, Coimbra, Livraria Almedina, 1994;
Os Lusíadas, leitura, prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão, com “Nota de Apresentação” de Aníbal de Castro, Lisboa, Instituto Camões, 1992 (3.ª edição);
Teatro, Edição de Hernâni Cidade, Lisboa, Círculo de Leitores, s/d.

Passiva

BERNARDES, José Augusto Cardoso, História Crítica da Literatura Portuguesa, vol. II (Humanismo e Renascimento), Lisboa, Editorial Verbo, 1999, cap. VI;
CASTRO, Aníbal Pinto de, “Camões”, in Biblos. Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa, Lisboa, Editorial Verbo, 1995, p. 884-905;
LE GENTIL, Georges, Camões, Lisboa, Portugália, 1969;
MATOS, Maria Vitalina Leal de, Introdução à poesia de Luís de Camões, Lisboa, Icalp,1980;
SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e, Camões. Labirintos e fascínios, Lisboa, Cotovia,1994.

2º Semestre - Estudos Camonianos II

Docente: Doutor Manuel Ferro 

“Camões no Barroco” 

Após uma abordagem global da obra camoniana, visa esta cadeira analisar a recepção do Poeta no Barroco português, determinando o modo como foi lido e criticamente julgado, as circunstâncias que condicionaram essa recepção, as imagens que se construíram de Camões e da sua obra, centrando-nos na análise das diferentes edições, nos comentários nelas contidos, nas biografias, nos textos apologéticos ou nos textos de poética.
  1. As edições d’Os Lusíadas e das Rimas.
  2. As biografias de Pedro de Maris, de Manuel Severim de Faria e Manuel de Faria e Sousa.
  3. A exegese da epopeia (Manuel Correia, Faria e Sousa, Fr. Marcos de S. Lourenço, Manuel Pires de Almeida, João Soares de Brito, João Franco Barreto e José de Macedo).
  4. As polémicas entre camonistas e tassistas.
  5. A leitura da lírica (Fernão Rodrigues Lobo Soropita, Manuel de Faria e Sousa e José de Macedo).
  6. A presença de Camões nos textos dos teorizadores barrocos de poética (Francisco Leitão Ferreira).


Bibliografia:

Luís de Camões – Os Lusíadas do grande Lvis de Camoens, Principe da Poesia Heroica. Commentados pelo Licenciado Manoel Correa […]. Em Lisboa, por Pedro Craesbeeck, 1613.
Manuel Pires de Almeida – Os Lusíadas de Luís de Camões comentados por… Ms. ANTT, 1096- C.
António Augusto Soares Amora – Manuel Pires de Almeida: Um Crítico inédito de Camões, São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, 1955.
Adma Muhana  Poesia e Pintura ou Pintura e Poesia. Tratado Seiscentista de Manuel Pires de Almeida, São Paulo, FAPESP / EDUSP, 2002.
João Franco Barreto – Micrologia Camoniana. Com introdução de Aníbal Pinto de Castro e leitura e integração do texto de Luís Fernando de Carvalho Dias e Fernando F. Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Biblioteca Nacional, 1982.
Luís de Camões – Lusíadas..., comentados por Manuel de Faria e Sousa, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1972 (Ed. facsimilada da de Madrid, por Ivan Sanchez, 1639).
Luís de Camões – Rimas Várias […] comentadas por Manuel de Faria e Sousa […] Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1972 (Ed. facsimilada da de Lisboa, en la Imprenta de Theotonio Damaso de Melo […] Año de 1685).
Manuel Severim de Faria – Discursos Vários Políticos, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1999.
João Franco Barreto  Discurso Apologético sobre a Visão do Indo e Ganges no Canto IV dos Lusíadas, Évora, Typ. Eborense de F. C. Bravo, 1895.
João Soares de Brito – Apologia em que se defende a Poesia do Principe dos Poetas d’ Hespanha Luis de Camoens No canto IV. Da est. 67 à 75. & Cant. 2. Est. 21. & responde às censuras d’hum Critico d’estes tempos, Lisboa, por Lourenço de Anvers, 1641.
Manuel de Galhegos   “Discurso Poético”, in: Gabriel Pereira de Castro, Ulissea, ou Lysboa Edificada, Lisboa, por Pedro de Craesbeeck, 1636, fl. [5] – [8v].
Fr. André de Cristo – Juízo Poético, in: Manuel Mendes de Barbuda e Vasconcelos, Virginidos ou Vida da Virgem Senhora Nossa. Poema Heroico, Lisboa, na Officina de Diogo Soares de Bulhoens, 1667, p. [22] – [ 91].
Fernão Rodrigues Lobo Soropita  – “Prólogo aos Leitores”, in: Luís de Camões, Rimas, Lisboa, por Manuel de Lira, 1595.
Francisco Leitão Ferreira – Nova Arte de Conceitos, 2 Vol., Lisboa, na Oficina de António Pedroso Galrão, 1718 e 1721.
José de Macedo [António de Melo da Fonseca] – Antídoto da Língua Portuguesa, Amsterdam, em casa de Miguel Diaz, [1710].






2018/04/15

CAMONISTA - João Figueiredo









João R. Figueiredo é um professor universitário, investigador e camonista português.

***

João Ricardo Raposo Figueiredo estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), onde se licenciou em Estudos Portugueses, em 1995. Defendeu a tese de mestrado em Teoria da Literatura – A autocomplacência da mimese: uma defesa da poesia, Os Lusíadas e vida de D. Frei Bertolameu dos Mártires (1999) e, no seguimento dos seus estudos camonianos e de teoria literária, a tese de doutoramento – Artes conceptuais: Camões e Rubens (2006).

João R. Figueiredo é diretor de Curso de Teoria da Literatura na FLUL. Nessa instituição académica e no Programa em Teoria da Literatura, ensina Estudos Literários, Literatura Portuguesa do Renascimento e Cultura Italiana.
É investigador integrado do Laboratório de Estudos Literários Avançados (Elab), uma unidade de investigação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo a seu cargo a coordenação do projeto de uma edição comentada de Os Lusíadas.
Os seus interesses incluem estética, história da arte, estudos italianos e a literatura do Renascimento. É o autor de A Autocomplacência da Mimese (2003) e de vários ensaios sobre Camões.


Tem participado regularmente em 
“A Poesia no Museu”
um ciclo organizado pelo Museu da Música 
com a ajuda de alunos e professores do
 Programa de Teoria da Literatura 
da FLUL e de leitores convidados.




Nessas conferências, geralmente intercaladas com a leitura de poemas, conferenciou sobre Sá de Miranda (28.05.2014), Francis Ponge (11.03.2015); Ovídio (24.02.2016), António Botto (3.05.2017) e Luís de Camões (21.11.2012; 18.04.2018).

Camoniana

  • (1999) A autocomplacência da mimese: uma defesa da poesia, Os Lusíadas e vida de D. Frei Bertolameu dos Mártires. – Tese mestrado em  Teoria da Literatura.  Lisboa: FLUL. – Publicado em livro: Coimbra: Angelus Novus, 2003. – ISBN 972-8115-86-5.
  • (2002) Post-Imperial Camões. – Número da revista Portuguese Literary & Cultural Studies 9. Darmouth: University of Massachusets Dartmouth; Tagus Press. – ed. João R. Figueiredo.
  • (2006) Artes conceptuais: Camões e Rubens. – Tese dout. em Teoria da Literatura; orient. António M. Feijó, Miguel Tamen. Lisboa: FLUL. – Bibliografia, p. 198-202.
  • (2008) Recensão crítica de: Vítor Aguiar e Silva, A lira dourada e a tuba canora. Lisboa: Cotovia, 2008, Colóquio/Letras, Lisboa, xx.º (maio 2008), publicado online a 18.5.2008.

Alguma referências

  •  Professores, Programa em Teoria da Literatura, sítio da FLUL.
  • João R. Figueiredo, em escritores.online.
  • Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões – [Sessão alusiva ao bicentenário da ed.do Morgado de Mateus]. Conferência por João Figueiredo, no âmbito das Conversas sobre Arte Ciência e Cultura, na Fundação da Casa de Mateus. Na biblioteca da Casa de Mateus, sábado,  11.02.2017, pelas 15h.
  • Projetos: Comentar Os Lusíadas. – Coord. de João R. Figueiredo. Lisboa, Elab, unidade de investigação da FCSH da UNL.