2025/06/29

Onqotô, obra de dança do Grupo Corpo



ONQOTÔ
[Onde é que que eu estou?]

ESPETÁCULO DE DANÇA E MÚSICA


ONQOTÔ, corruptela de uma das indagações existenciais 
que atravessam a criação da banda sonora e do espetáculo como um todo: 
“Onde é que eu estou?” | “Para onde é que eu vou?” | “Quem é que eu sou?”
ou, em mineirês castiço: “Onqotô?”, “Pronqovô”, “Qemqosô?”
É o nome do espetáculo de dança que marcou as três décadas de vida 
do Grupo Corpo, em 2005.

2015 | Belo Horizonte, MG, Brasil

Coreografia: Rodrigo Pederneiras
Música: Caetano Veloso e Zé Miguel Wisnik
Cenografia e Iluminação: Paulo Pederneiras
Figurinos: Freusa Zechmeister

Criação:



Em 2005, ao completar 30 anos de percurso, 
a renomada companhia de dança brasileira  Grupo Corpo
apresentou “Onqotô”, uma obra
de dança, música e literatura
que contempla também versos de Camões.


 A música foi intencionalmente criada pelo cantor e compositor Caetano Veloso, 
e José Miguel Wisnik, poeta, músico e professor universitário. 


"Tão Pequeno"

"Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?"
Versos d'Os Lusíadas de Camões, musicados por Caetano Veloso

Grupo Corpo - Onqotô | Vídeo, 05:25
GrupoCorpoOficial | Youtube

"Pesar do Mundo"

Caetano fez uma releitura de "Pesar do Mundo, 
de José Miguel Wisnik e Paulo das Neves, 
peça gravada originalmente no primeiro disco do compositor paulista (1993)
e agora incorporado na banda sonora do espetáculo:
...
pesar de tudo
pesar do peso
pesar do mundo
sobre si mesmo
...
José Miguel Wisnik e Paulo Neves

GrupoCorpoOficial | Youtube

"Mortal Loucura" 

é uma composição musical de José Miguel Wisnik 
inspirada no poeta barroco Gregório de Mattos, 
e com coreografia no espetáculo.

Na oração, que desaterra … a terra,
Quer Deus que a quem está o cuidado … dado,
Pregue que a vida é emprestado … estado,
Mistérios mil que desenterra … enterra

Quem não cuida de si, que é terra, … erra,
Que o alto Rei, por afamado … amado,
É quem lhe assiste ao desvelado … lado,
Da morte ao ar não desaferra, … aferra. 
Quem do mundo a mortal loucura … cura,
A vontade de Deus sagrada … agrada
Firmar-lhe a vida em atadura … dura. 
O voz zelosa, que dobrada … brada,
Já sei que a flor da formosura, … usura,
Será no fim dessa jornada … nada.
José Miguel Wisnik sobre soneto de Gregório de Matos

In GrupoCorpoOficial | Youtube
Bailarinos: Silvia Gaspar, Beto Venceslau, Janaina Castro, Juliana Meziat


A pequeneza do Homem face à vastidão do Universo

"Onqotô, em 2005, marcou as comemorações 
dos 30 anos de atividade do Grupo Corpo

Assinada por Caetano Veloso e José Miguel Wisnik, 
a trilha sonora tem como ponto de partida 
uma bem-humorada discussão sobre a “paternidade” do Universo. 
De um lado, estaria a teoria do Big-Bang, a grande explosão primordial, 
cuja expressão consagrada pela comunidade científica mundial 
parece atribuir à cultura anglo-saxônica dominante a criação do Universo; 
e, de outro, uma máxima espirituosa 
formulada pelo genial dramaturgo (e comentarista esportivo) Nelson Rodrigues 
sobre o clássico maior do futebol carioca, segundo a qual se poderia inferir que 
o Cosmos teria sido “concebido” sob o signo indelével da brasilidade: 
“O Fla-Flu começou quarenta minutos antes do nada”.

Instrumentais ou com letra, os nove temas que compõem os 42 minutos de trilha 
estabelecem uma sucessão de diálogos rítmicos, melódicos e poéticos 
em torno das “cenas de origem” eleitas por seus criadores 
e do sentimento de desamparo inerente à condição humana.

Na coreografia criada por Rodrigo Pederneiras
verticalidade e horizontalidade, caos e ordenação, 
brusquidez e brandura, volume e escassez 
se contrapõem e se superpõem, em consonância 
(e, eventualmente, em dissonância) com a trilha musical, 
desvelando significados, melodias e ritmos que subjazem ao estímulo sonoro.

Urdida com tiras de borracha cor de grafite, a cenografia de Paulo Pederneiras 
funda um espaço cênico côncavo que sugere 
tanto um recorte do globo terrestre com seus meridianos 
quanto um oco, um buraco negro, o nada ou a anterioridade de tudo. 
Com todos os refletores fixados na estrutura metálica que sustenta a fileira de tiras, 
a luz projetada por Paulo Pederneiras imprime na cena 
uma iluminação que remete à dos estádios de futebol.

A figurinista Freusa Zechmeister transforma os bailarinos 
em uma massa anônima que se funde (e se confunde) com o espaço cênico, 
permitindo, deste modo, que coreografia e cenário 
exerçam plenamente sua tridimensionalidade."

In GrupoCorpoOficial | Youtube, 30.03.2015






para saber +


Av. Bandeirantes, 866, Mangabeiras
30315-382, Belo Horizonte - MG
+55 - 31 3221 7701

Grupo Corpo | Site oficial


Angela de Almeida
Folha de lançamento do espetáculo | [PDF]
Jul. 2005








Redação: 29.06.2025