"À Pala de Camões" na Cinemateca
CICLO DE CINEMA
2 a 18 JUN. 2025 | Na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa
Organização:
Uma iniciativa da Cinemateca Portuguesa
organizada em colaboração com
Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Camões,
Biblioteca Nacional de Portugal | Associação Portuguesa de Escritores.
Assinalando os 500 Anos do Nascimento de Luís Vaz de Camões, a Cinemateca Portuguesa apresenta uma mostra cinematográfica "onde se procura interrogar a forma como a vida e obra do poeta foi sendo representada pelo cinema."
"O Ciclo À Pala de Camões propõe um percurso multifacetado por" vários "pontos de vista, contrariando uma visão hagiográfica ou mitificada do poeta e da sua ressonância cultural ao longo do século XX e XXI.
De modo a refletir e desenvolver sobre esse imaginário especificamente cinematográfico, no dia 6 de junho organiza-se uma conversa a decorrer na Biblioteca Nacional em que se discutirá de que forma e através de que estratégias o cinema foi trabalhando a obra e a figura de Luís Vaz de Camões."
Algumas sessões contarão com a presença dos realizadores, que apresentarão os filmes e estenderam o debate até ao público.
PORT:
"À Pala de Camões é o título do programa que a Cinemateca dedica aos 500 anos do centenário de Luís de Camões.
Este Ciclo de inspiração camoniana inclui filmes realizados por dois dos cineastas que mais foram inspirados pelo universo do poeta (Manoel de Oliveira e Paulo Rocha), mas também obras de nomes como João César Monteiro, Jorge Cramez, António Escudeiro, João Lopes, Gabriel Abrantes, Sofia Marques, entre outros.
Vários dos filmes de autores portugueses serão exibidos em cópias legendadas em inglês, nomeadamente CAMÕES (Leitão de Barros, 1946), A COMÉDIA DE DEUS (João César Monteiro, 1995) e NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR (Manoel de Oliveira, 1990)."
ENG:
"À Pala de Camões is the title of the program that the Portuguese Cinematheque is dedicating to the 500th anniversary of Luís de Camões.
The film program inspired by Camões includes works by two filmmakers who have most frequently adapted and been influenced by the poet’s universe (Manoel de Oliveira and Paulo Rocha), but also films by a diverse group of directors such as João César Monteiro, Jorge Cramez, António Escudeiro, João Lopes, Gabriel Abrantes, Sofia Marques, among others.
Several of the Portuguese films will be screened with English subtitles, including CAMÕES (Leitão de Barros, 1946), "GOD'S COMEDY" (A Comédia de Deus, João César Monteiro, 1995), and "NO, OR THE VAIN GLORY OF COMMAND" ("Non, Ou a Vã Glória de Mandar", Manoel de Oliveira, 1990)."
in Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Faceboock, 29.05.2025
* * * * * * * DO PROGRAMA * * * * * * *
2 JUN. 2025, segunda-feira
19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Bela Mandil | Travessia - Viagem À Memória Do Tempo
Sessão com apresentação
BELA MANDIL, 2018
Portugal, 18 min. | Legendado em inglês
de Helena Estrela
"Inspirado numa lenda algarvia sobre um amor proibido,
BELA MANDIL segue o percurso de dois amantes de outros tempos,
que vagueiam por uma vila piscatória algarvia.
Adaptando textos de Almeida Garrett e Luís Vaz de Camões,
o filme alterna as declamações líricas do casal
com um olhar documental sobre os pescadores.
A partir deste retrato romântico à beira-mar,
embarcamos numa viagem por cinco continentes."
TRAVESSIA - VIAGEM À MEMÓRIA DO TEMPO, 1983
Portugal, 70 min. | Legendado em inglês
de António Escudeiro
"Filmado ao longo de dois anos (entre setembro de 1981 e junho de 1983),
o realizador e diretor de fotografia viajou um pouco por todos os países onde
– de algum modo – se pode identificar a presença da língua portuguesa:
Brasil, Dubai, Índia, Sri Lanka, Malásia, Tailândia, Japão, China, Macau,
Marrocos, Senegal, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Nigéria, Zaire, Quénia e Moçambique.
E as imagens que recolheu dessa viagem são emparelhadas
com excertos literários de grandes autores lusófonos,
entre eles Gedeão, Baptista Bastos, Drumond, Pessoa,
Mendes Pinto, Sena, Sophia e, claro, Camões."
3 JUN. 2025, terça-feira
18h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Entrevista Histórica: Luís Vaz de Camões | Camões - Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente
Sessão apresentada por Luís Machado
ENTREVISTA HISTÓRICA: LUÍS VAZ DE CAMÕES, 1994
Portugal, 16 min.
de/com Herman José
Sketch do programa “Parabéns” da RTP,
em que o humorista satiriza a versão de Camões
representada por António Vilar no filme "Camões(1946).
CAMÕES - ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE, 1946
Portugal, 112 min. | Legendado em inglês
de José Leitão de Barros
com António Vilar, Eunice Muñoz, Vasco Santana,
João Vilaret, Carmen Dolores.
"CAMÕES foi o filme mais caro produzido em Portugal até à data da sua estreia,
considerado pelo Governo Português, por despacho especial, como de “interesse nacional”.
É, como tal, a hagiografia do poeta segundo as intenções ideológicas do Estado Novo.
Retrata a tempestuosa existência errante de Luís Vaz de Camões,
desde os tempos irreverentes em Coimbra (1542) aos amores contrariados,
como guerreiro da "má fortuna", até ao declínio inglório,
acompanhando a decadência do fausto renascentista e da pátria imperial.
Foi, naturalmente, o filme escolhido pelo Secretariado de Propaganda
para representar Portugal no primeiro Festival de Cannes.
Por ter tornado Camões num ícone – através da interpretação de António Vilar –
e por ter inscrito no imaginário português do século XX uma certa representação do poeta,
CAMÕES tornou-se – direta ou indiretamente – alvo das mais diversas paródias.
A sessão arranca com um sketch de Herman José
do programa “Parabéns” em que o humorista
claramente satiriza a versão de António Vilar."
4 JUN. 2025, quarta-feira
21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Camões | Entrega de um Busto de Luís de Camões | Luís de Camões | Taprobana
Com a presença de Renata Sancho
"Uma sessão de curtas que procura questionar o mito e humanizar o poeta.
Um “processo de desconstrução”, que vai da habitual hagiografia
à mais provocadora das representações do homem que deu pelo nome de Luís."
CAMÕES, 1966
Portugal, 13 min.
de Manuel Faria de Almeida
"Faria de Almeida, um ano depois de este ter visto o seu CATEMBE
completamente esquartejado pela Censura,
recebeu uma encomenda do Ministério da Educação Nacional
que lhe pediu um “material pedagógico” sobre a vida e obra do poeta.
Embora instrumental, CAMÕES revela – através das poucas imagens exteriores
– o mesmo fascínio solar que caracteriza o cinema de Faria de Almeida."
ENTREGA DE UM BUSTO DE LUÍS DE CAMÕES, 1968
Portugal, 3 min.
de António Campos
"Também António Campos parte de uma encomenda,
da Fundação Calouste Gulbenkian,
e transforma uma “cerimónia solene”
numa análise etnográfica da socialite parisiense."
LUÍS DE CAMÕES, 2007
Portugal, 40 min.
de Renata Sancho
com/por Hélder Macedo
"Renata Sancho realizou para a RTP, no âmbito do concurso “Grande Portugueses”,
um documentário guiado pelo professor Hélder Macedo
que atualiza e contemporiza a figura do poeta à luz do século XXI"
O poeta “tem sido usado, ao longo dos séculos,
para simbolizar as mais contraditórias ideologias:
a fé, o império, a República, a ditadura de Salazar, as guerras coloniais,
e agora até a nossa atual democracia – o que sempre é melhor”.
Todavia, ele é “o pioneiro da moderna consciência universalista”:
“na obra de Camões há uma conceção globalista do mundo,
baseada no encontro entre diferenças.”
Helder de Macedo, Professor e camonista
TAPROBANA, 2014
Portugal, 23 min.
de Gabriel Abrantes
com Jani Zhao, Natxo Checa,
João Pedro Vale, Alexandre Melo.
"Gabriel Abrantes assina uma comédia escatológica
que acompanha a lua-de-mel do poeta Luís Vaz de Camões com Ti-nan-men,
uma chinesa por quem se apaixonou, no Oriente, quando escreveu Os Lusíadas."
5 JUN. 2025, quinta-feira
21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
8816 Versos
Com a presença de Sofia Marques e António Fonseca
8816 Versos, 2012
Portugal, 78 min. | Legendado em inglês
de Sofia Marques
com António Fonseca
"É dito que Camões terá demorado vinte anos a escrever
os 8816 versos que compõem Os Lusíadas.
António Fonseca dedicou quatro anos da sua vida a torná-los seus.
O ator resolveu abraçar um projeto inusitado:
decorar integralmente Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões.
Desde 2008 que trabalha nesse projeto de exaustiva memorização
e tudo culminou numa apresentação pública integral da obra no dia 10 de Junho de 2012,
na Guimarães Capital Europeia da Cultura – apresentação essa que demorou 14 horas.
Este documentário, da realizadora e também atriz Sofia Marques,
acompanha o ano que antecede essa apresentação final.
No passado dia 3 de maio de 2025, António Fonseca apresentou pela última vez
“a falação integral da obra de Luís de Camões, verso a verso, estrofe a estrofe, canto a canto”,
numa programação do Teatro D. Maria II no Mosteiro dos Jerónimos."
6 JUN. 2025, sexta-feira
22h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Pousada das Chagas - uma representação sobre o Museu de Óbidos | Lisboa Cultural
POUSADA DAS CHAGAS
– UMA REPRESENTAÇÃO SOBRE O MUSEU DE ÓBIDOS, 1971
Portugal, 17 min.
de Paulo Rocha
com Clara Joana, Luís Miguel Cintra
"POUSADA DAS CHAGAS baseia-se em textos de
Camões, Pessoa, Garcia Lorca, Rimbaud, Mário Cesariny, Lao Tzu, Tao Chien, Mumon,
e é fulgurantemente interpretado por Luis Miguel Cintra e Clara Joana."
"'A Ilha [dos Amores]' e a 'Pousada'
são filmes ópera, neo-kabuki [...] numa estética de excesso"
que "tenta refundir fragmentos de um mundo fraturado"
Paulo Rocha, realizador
LISBOA CULTURAL, 1983
Portugal, França, 61 min.
de Manoel de Oliveira
"LISBOA CULTURAL, integrado na série documental “Capitais Culturais da Europa”,
não é um documentário sobre Lisboa, é uma reflexão sobre o discurso cultural de Lisboa
que conta com as participações de Eduardo Lourenço, Diogo Dória, Maria Barroso,
José Azeredo Perdigão, José-Augusto França ou Eduardo Prado Coelho,
que, por sua vez, evocam Camões, Pessoa, Fernão Lopes, Nuno Gonçalves,
entre muitos outros escritores, criadores, pensadores, artes
e correntes de pensamento associados à capital."
9 JUN. 2025, segunda-feira
21h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Comédia de Deus, 1995
Portugal, França, Itália, Dinamarca, 169 min. | Legendado em inglês
de João César Monteiro
com João César Monteiro, Cláudia Teixeira,
Manuela de Freitas, Nuno Lopes, Ana Padrão
"Segunda parte da saga de João de Deus,
a personagem criada por César Monteiro em RECORDAÇÕES DA CASA AMARELA,
agora gerente do “Paraíso do Gelado” e inventor da especialidade da casa, o gelado “Paraíso”.
RECORDAÇÕES terminava no esgoto, A COMÉDIA DE DEUS começa pelas estrelas.
Como o anterior, A COMÉDIA é um filme corrosivo e sacral,
entre galáxias e uma coleção de pêlos púbicos femininos
guardados num álbum chamado “Livro dos pensamentos”.
É, claramente, uma paródia de A DIVINA COMÉDIA, de Manoel de Oliveira,
mas extravasa em muito essa dimensão. Além disso, César Monteiro
congrega uma série de textos deliciosamente viciosos de Sade, Bataille e…
Luís Vaz de Camões.
Aliás, o soneto camoniano que o realizador evoca (“Um mover de olhos, brando e piedoso”)
já havia sido citado em QUEM ESPERA POR SAPATOS DE DEFUNTO MORRE DESCALÇO.
Poema esse que Torcato Sepúlveda chamou, a propósito do filme de César Monteiro,
“o mais perverso soneto de Camões”."
11 JUN. 2025, quarta-feira
19h20 | Sala de Luís Pina
O Velho do Restelo | Camões - Tanta Guerra, Tanto Engano
O VELHO DO RESTELO, 2014
Portugal, França, 19 min.
de Manoel de Oliveira
com Luís Miguel Cintra, Diogo Dória, Mário Barroso, Ricardo Trêpa
O VELHO DO RESTELO, último filme que Oliveira realizou,
reúne os escritores Luís Vaz de Camões, Teixeira de Pascoa e Camilo Castelo Branco
à personagem de ficção Dom Quixote num banco de jardim do século XXI
para um “um mergulho livre e sem esperança na História”. "
CAMÕES – TANTA GUERRA, TANTO ENGANO, 1978
Portugal, 72 min.
de Paulo Rocha
com Silvina Pereira, Augusto Portela, Isabel Fernandes, Júlio Martín
"CAMÕES – TANTA GUERRA, TANTO ENGANO,
filme resultante da aproximação de Paulo Rocha ao Teatro Maizum.
Trata-se de um registo em vídeo do espetáculo teatral homónimo
no Convento dos Inglesinhos e argumento de Silvina Pereira a partir da lírica camoniana."
“cada plano se torna um mundo, uma aventura em que
a poesia, as vozes, os corpos,
se reinventam num espaço que está para além da razão”,
Paulo Rocha, realizador
12 JUN. 2025, quinta-feira
21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Non ou a Vã Glória de Mandar, 1990
Portugal, Espanha, França, 111 min. | Legendado em inglês
de Manoel de Oliveira
com Luís Miguel Cintra, Diogo Dória, Miguel Guilherme, Luís Lucas
"Em NON OU A VÃ GLÓRIA DE MANDAR,
a História de Portugal é vista à luz das suas derrotas,
contada pelo Alferes Cabrita aos homens da sua companhia em plena Guerra Colonial.
Eis um filme sobre militares em guerra que evocam momentos de História,
e que termina com a morte do Alferes Cabrita no dia 25 de Abril de 1974.
É também um filme sobre os “Non” da História de Portugal
– “Terrível palavra é um Non. Não tem direito, nem avesso:
por qualquer lado que o tomeis, sempre soa, e diz o mesmo” (Padre António Vieira).
E sendo tudo isso, é, como sugeriu Manoel de Oliveira,
“uma espécie de versão de Os Lusíadas virada do avesso”,
já que destaca os desaires na nação. E sendo uma (in)versão trágica da epopeia,
não deixa de lhe prestar homenagem, numa das sequências mais fulgurantes
de criatividade e erotismo,
aquela que o realizador dedica ao episódio da Ilha dos Amores."
14 JUN. 2025, sábado
19h30 | Sala de Luís Pina
MIRAMAR, 1997
Brasil, 80 min. | Legendado em francês
de Júlio Bressane
com João Rebello, Giulia Gam, Diogo Vilela,
Louise Cardoso, Fernanda Torres.
"Uma sessão camoniana com sotaque brasileiro.
Um filme que narra a trajetória de formação de um cineasta: João Miramar.
MIRAMAR é, possivelmente, o mais autobiográfico dos filmes de Júlio Bressane
– nome de referência do chamado Cinema Marginal brasileiro.
Protagonizado pelo adolescente João Rebello no papel de um jovem intelectual curioso,
este percorre vários locais icónicos do Rio de Janeiro e cruza-se com uma série de mulheres:
uma atraente professora de literatura (Bio Nunes) ajuda-o a descobrir a poesia de Camões;
uma produtora insaciável (Fernanda Torres) ensina-o a ser fiel às suas próprias ideias;
uma encantadora atriz (Giulia Gam) envolve-o num apaixonado romance.
Todas essas experiências, mescladas às recordações da infância
(imagens de arquivo, excertos doutros filmes), vão amadurecendo Miramar
que, no fim, agarra numa câmara de 16mm e concretiza seu tão almejado sonho."
17 JUN. 2025, terça-feira
19h30 | Sala de Luís Pina
Luís | Bibliografia
Com a presença dos realizadores
LUÍS, 2012
Portugal, 28 min.
de João Lopes
A curta-metragem LUÍS, assinada pelo crítico João Lopes
e realizada no âmbito da Guimarães Capital Europeia da Cultura,
parte de um facto: a existência de um exemplar da primeira edição de
Os Lusíadas na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Esse objeto inspira uma investigação que se faz metamorfose,
uma memória viva que se musealiza."
BIBLIOGRAFIA, 2013
de Miguel Manso e João Manso
Portugal, 75 min | Legendado em inglês
"BIBLIOGRAFIA parte de um episódio real.
No Verão de 1969 quatro amigos construíram uma jangada
para descer os rios Zêzere e Tejo até Lisboa.
Quarenta anos depois, o filho de um deles evoca essa viagem
num livro de poemas associando-a a uma metáfora da
literatura portuguesa de viagens dos séculos XVI e XVII.
Filmado por um seu irmão, BIBLIOGRAFIA é simultaneamente
uma viagem e um recital flutuante, mas também
um tributo a várias gerações e ao espírito explorador português.
Os realizadores apresentam-no como um “filme-documentário-epopeia”,
“A jangada – e o filme – flutuam sobre um caudal de séculos de história,
peregrinações e literatura portuguesas”."
18 JUN. 2025, quarta-feira
19h30 | Sala de Luís Pina
Na Escola | A Ideia e a Imagem: Luís de Camões (Excerto) | Erros Meus
com a presença de Isabel Ruth.
NA ESCOLA, 2010
Portugal, 21 min.
de Jorge Cramez
"NA ESCOLA, onde uma professora indiferente ao tédio das crianças
continua a escrever no quadro um poema de Camões
– e, por desfastio, quatro alunos saem discretamente,
correm sem parar, atravessam paisagens inéditas,
até que o escapismo se faz transe de um sonho literário."
A IDEIA E A IMAGEM: LUÍS DE CAMÕES [excerto], 1977
Portugal, 15 min.
de Álvaro Manuel Machado
"um programa da RTP, da série “A Ideia e a Imagem”,
emitido a 10 de junho de 1977,
onde Jorge de Sena é entrevistado sobre o seu percurso literário
e a sua predileção pela obra de Luís Vaz de Camões."
“para ler qualquer autor que não é contemporâneo
há que colocá-lo na sua perspetiva histórica
sem distorcer aquilo que ele podia ser na época em que viveu
e, embora possa parecer uma contradição (porque todo o conhecimento literário é dialético),
há que lê-lo com os olhos de hoje, como se ele fosse nosso contemporâneo."
Jorge de Sena
Professor e camonista
ERROS MEUS, 2000
Portugal, 15 min.
de Jorge Cramez
"Luís Vaz de Camões é (re)visto por dois Jorge’s,
o escritor (Jorge de Sena) e o realizador (Jorge Cramez).
Uma parte substancial do pensamento e da produção lírica de Jorge de Sena
foi dedicada à obra de Camões – em particular dedicou-lhe a sua tese de doutoramento.
Um dos seus contos, "Super Flumina Babylonis", transforma o poeta em personagem.
É a partir desse conto (onde Camões escreve a redondilha "Sôbolos rios que vão"
– “talvez o melhor poema de toda a língua portuguesa”)
que Jorge Cramez encena ERROS MEUS.
Protagonizada por Luis Miguel Cintra e Isabel Ruth,
retrata-se Camões na velhice como um homem doente, sifilítico, incapaz de se movimentar e de suportar as dores e tormentas que o mortificam.
* * * * * * *
Debater Camões no Cinema
MESA-REDONDA
6 JUN. 2025 | às 17h00 | Sala Multimédia, BNP, em Lisboa
Para além das sessões regulares,
o ciclo inclui a mesa-redonda na Biblioteca Nacional de Portugal,
com a participaçõe de Mariana Pinto dos Santos, Luís Trindade,
Maria do Rosário Lupi Bello, Sérgio Dias Branco,
José Manuel de Vasconcelos e Ricardo Vieira Lisboa.
- Cartaz do ciclo de CIN "À Pala de Camões", no Facebook da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, 15.05.2025.
- Conheça o Programa da Cinemateca para o mês de junho, online ou em PDF.
- Filmes e iniciativas do Ciclo Camoniano na Cinemateca, cartaz da Antena 1.
para saber +
in Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema | Faceboock, 29.05.2025
Redação: 2.06.2025