Avançar para o conteúdo principal

"Quando a luz do teu corpo me cega", ou quando a Poesia, a Arte e o (in)Visivel se fundem


"Quando a Luz do Teu Corpo me Cega"

APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE POESIA

de Gonçalo Salvado

com ilustrações originais de Álvaro Siza Vieira

e um ensaio introdutório de Maria João Fernandes

A apresentação ficará a cargo de

Luís Filipe Castro Mendes, poeta e ex-Ministro da cultura 
e de Maria João Fernandes, crítica de arte e poeta


10 DEZ. 2024 | às 18h00

Auditório, Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa


Com o apoio da

Câmara Municipal de Proença-a-Nova










A edição da obra é 
uma homenagem a Luís de Camões, 
por ocasião dos 500 anos do seu nascimento, 
a partir do verso de Os Lusíadas
“Que é grande dos amantes a cegueira”
uma das epígrafes que abre a obra
de Gonçalo Salvado
integra-se também nas celebrações nacionais dos 
90 anos do arquiteto Siza Vieira.


A obra editada pela RVJ editores  tem duas edições
e uma delas é ainda mais especial pois é em braille.
Esta intitula-se Luminea e reúne poemas de Gonçalo Salvado 
que configuram "o tema da luz no contexto amoroso".

A edição especial em braille inclui um desenho de Siza Vieira gravado em relevo.
Para tal, a obra teve a colaboração do Centro de Recursos para a Inclusão Digital 
da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria.

São três as serigrafias numeradas e assinadas por Álvaro Siza Vieira, 
realizadas pelo Centro Português de Serigrafia 
a partir dos desenhos que ilustram a obra.

As imagens para as três serigrafias 
foram selecionadas por Siza Vieira 
e o título da obra foi retirado de um poema de Gonçalo Salvado 
presente em Outra Nudez (2014) 
livro que fora ilustrado com desenhos do escultor João Cutileiro.





Quando a luz do teu corpo me cega


"Quando a Luz do Meu Corpo me Cega, verdadeira gramática, quase uma enciclopédia do amor, obra simultaneamente complexa e de uma simplicidade mágica, junta num mesmo sortilégio palavra e imagem.

Esta obra que ficará como uma referência importante do nosso lirismo marca o encontro da poesia de Gonçalo Salvado já consagrado como um dos nomes mais significativos da poesia de índole amorosa em Portugal da atualidade - premiado com o Prémio da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, Sophia de Mello Breyner pelo conjunto da obra poética em 2003 e o Prémio Álvares de Azevedo pelo seu livro de poesia Denudata - com os soberbos e minimalistas e depurados, desenhos de Álvaro Siza Vieira, arquiteto artista que tem vindo a dedicar-se na sua arte a lançar os alicerces do grande edifício do Ser, de que é um obreiro de eleição. As imagens, completam a musical sinfonia das palavras.

A poesia de Gonçalo Salvado alimenta-se dos diversos afluentes, temas dos outros livros do autor, a poesia e os textos de amor ancestrais e da grande tradição do lirismo, do Cântico dos Cânticos, de Safo, Ovídio e Omar Khayyam a Camões, Bocage, Leonardo Coimbra, Florbela Espanca, Pablo Neruda, Octavio Paz, Paul Éluard, Herberto Hélder, António Ramos Rosa e David Mourão-Ferreira, entre muitos outros.

O ritual do amor, nas infinitas variações amorosas da palavra, encontra uma soberba correspondência na eloquente depuração das linhas de Siza Vieira rumo à imaterial transcendência, ao mistério mais absoluto, a que as imagens, literária e plástica, apelam.

Nos desenhos a extrema depuração é eficaz e eloquente. As linhas delicadamente subtis, precisas, preciosas, matisseanas, do artista e as palavras densas, enamoradas da claridade, do discurso igualmente depurado do poeta, tendem para a síntese, na infindável litania amorosa, que é uma forma de invocação, um apelo à revelação que por vezes os desenhos parecem não apenas corporizar, mas evocar, invocar.

Celebração da mulher como realidade, como metáfora e como símbolo, e do ritual amoroso a que ela dá um sentido.

Palavra e imagem desenham um mesmo corpo nas suas variações infinitas. Corpo material e imaterial, real e imaginário, do arquétipo, mais ardente do que o fogo, mais luminoso do que a luz e que traduz a sua essência última, próxima do divino. Inominável.

Siza Vieira deixou em Portugal a marca do seu talento de arquiteto internacionalmente reconhecido, este grande livro que tive a honra de prefaciar representará, em conjunção com a poesia de Gonçalo Salvado, um verdadeiro, intemporal e universal monumento para os vindouros."
Maria João Fernandes
in BNP, Agenda


  1. Quando a Luz do Teu Corpo me Cega. - Poesia. / de Gonçalo Salvado, com ilustrações originais de Álvaro Siza Vieira e um ensaio introdutório de Maria João Fernandes. Castelo Branco: RVJ Editores. 
  2. O poeta Gonçalo Salvado (Lisboa, n. 1967). Licenciado em Filosofia pela U. Católica, a sua obra constrói-se sob o signo de Eros, tendo organizado várias antologias que contemplam textos de Camões. Dos seus títulos, destacamos Camões, amor somente (1999), Nigra sum: a mulher negra na poesia de amor lusófona do século XVI ao século XXI (2020) e Com vinho e rosas (2022). - Fotografia por José Brito, no Facebook, 19.11.2024.
  3. Serigrafia "A Invenção do Paraíso" (2006) da exposição homónima de homenagem a Julio/Saúl Dias, em 2004. Como artista, Gonçalo Salvado realizou exposições de pintura e de desenho.







para saber +


in Luís de camões - Diretório de Camonística, 17.11.2024


Livro de Gonçalo Salvado apresentado na Biblioteca Nacional
in Gazeta do Interior, Castelo Branco, 6.112024


in Ensino Magazine, 4.07.2024


“Livro de poesia de Gonçalo Salvado lançado
in Gazeta do interiorCastelo Branco, 03.07.2024


in Diário Digital Castelo Branco, 1.07.2024


in e-cultura, jun. 2024


in Sapo.pt, 17.06.2024


in Jornal Reconquista, 07.12.2022


Novo livro tem serigrafias de Siza Vieira – Quando a luz do teu corpo me cega
in Jornal Reconquista, 7.11.2021









Redação19.11.2024, atualizado em 10.12.2024

Mensagens populares deste blogue

Os Lusíadas - texto Canto V

Canto V (Est. 1-100 = 467-566) [Continuação da narração da Viagem, feita por Vasco da Gama ao rei de Melinde:] [Partida da armada de Lisboa, est. 1-3.] 1 «ESTAS sentenças tais o velho honrado Vociferando estava, quando abrimos As asas ao sereno e sossegado Vento, e do porto amado nos partimos. E, como é já no mar costume usado, A vela desfraldando, o céu ferimos, Dizendo: – «Boa viagem!»; logo o vento Nos troncos fez o usado movimento. 2 «Entrava neste tempo o eterno lume No animal Nemeio truculento; E o Mundo, que co tempo se consume, Na sexta idade andava, enfermo e lento. Nela vê, como tinha por costume, Cursos do Sol catorze vezes cento, Com mais noventa e sete, em que corria, Quando no mar a armada se estendia. 3 «Já a vista, pouco e pouco, se desterra Daqueles pátrios montes, que ficavam; Ficava o caro Tejo e a fresca serra De Sintra, e nela os olhos se alongavam; Ficava-nos também na amada terra O coração, que as mágoas lá deixavam; E, já despois que toda se escondeu, Não vimos ...

OS LUSÍADAS - Episódios principais e outros trechos

  Episódios principais e outros trechos de  Os Lusíadas A viagem de Vasco da Gama (1497-99) e Os Lusíadas (1572) Índice das 35 passagens: CANTO I 1. Proposição (I, 1-3) 2. Invocação às musas do Tejo (I, 4-5) 3. Dedicatória a El-Rei D. Sebastião (I, 6-18) 4. O Concílio dos Deuses no Olimpo (I, 19-42) 5. O “Bicho da Terra” (I, 105-106) CANTO II 6. O rei de Melinde pede ao Gama que conte  a história do seu país e a sua navegação, (II, 109-113]. CANTO III 7. Invocação a Calíope (III, 1-2) 8. Início da narração do Gama (III, 3-5) 9. A “ditosa pátria” (III, 20-21) 10. A Formosíssima Maria (III, 102-106) 11. A Batalha do Salado (III, 107-115) 12. Inês de Castro (III, 118-135) CANTO  IV 13. A Batalha de Aljubarrota (IV, 28-45) 14. As despedidas em Belém (IV, 84-93) 15. A fala do Velho do Restelo (IV, 94-102) CANTO  V 16. A partida da armada de Lisboa (V, 1-3) 17. As “cousas do mar” (V, 16-17) 18. O fogo de santelmo e a tromba marítima (V, 18-22) 19. Fernão Velos...

Os Lusíadas - texto Canto X

Canto X (Est. 1 - 156 = 947-1102) [Banquete que dá Tétis ao Gama e seus companheiros na ilha, com assistência das ninfas, est. 1-4.] 1 MAS já o claro amador da Larisseia Adúltera inclinava os animais Lá pera o grande lago que rodeia Temistitão nos fins Ocidentais; O grande ardor do Sol Favónio enfreia Co sopro que nos tanques naturais Encrespa a água serena e despertava Os lírios e jasmins, que a calma agrava, 2 Quando as fermosas Ninfas, cos amantes Pela mão, já conformes e contentes, Subiam pera os paços radiantes E de metais ornados reluzentes, Mandados da Rainha, que abundantes Mesas d' altos manjares excelentes Lhe tinha aparelhados, que a fraqueza Restaurem da cansada natureza. 3 Ali, em cadeiras ricas, cristalinas, Se assentam dous e dous, amante e dama; Noutras, à cabeceira, d' ouro finas, Está co a bela Deusa o claro Gama. De iguarias suaves e divinas, A quem não chega a Egípcia antiga fama, Se acumulam os pratos de fulvo ouro, Trazidos lá do Atlântico tesouro. 4 Os vi...