Camões, 500 anos depois
Dossiê temático
Revista Fios de Letras, vol. 1, n.º 02 (2024)
Editora UEA - Editora da Universidade do Estado do Amazonas
Organização:
Profa. Dra. Annabela Rita, U. Lisboa
Profa. Dra. Isabel Ponce de Leão, U. Fernando Pessoa, Porto
Prof. Me. Kenedi Santos Azevedo, UFRJ/ UEA, Brasil
"Considerado por Cervantes o "cantor da civilização ocidental" e “vale[ndo] [por] uma literatura inteira”, Camões agiganta-se nas letras portuguesas, em particular e nas lusófonas, em geral.
Referência identitária da comunidade portuguesa, em cujo imaginário o seu mito se entrelaça na morte (Almeida Garrett, Domingos Sequeira) numa fusão simbólica que culmina com o estabelecimento de 10 de Junho como "Dia de Festa Nacional e de Grande Gala" em 1880, no tricentenário do seu falecimento, embebido com a festividade do Anjo Custódio três décadas antes. Foi visto como voz da Ibéria e, por extensão, da Europa aspirando ao além de si. E informa, indelevelmente, as literaturas de uma lusofonia cuja geografia percorreu parcialmente, chegando a informar alguns gestos de fundação de novas identidades nacionais lusófonas.
Mais do que expressão de uma época e de uma comunidade, a sua obra pode ser a cápsula do tempo por onde as Artes, as Letras e as Ciências podem ser perscrutadas no enlace do velho mundo cartografado pela antiga épica com a aurora da modernidade e na transformação das e(s)téticas e dos saberes.
Sobre a sua vida, poucas certezas há e, no entanto, das brumas da lenda e do mito, Camões agiganta-se na representação do Homem entre vida e morte, amor e sofrimento, euforia e disforia, ideal e miséria, guerra e paz, “numa mão, a espada e, noutra, a pena”. Vate de um mundo em transformação, é um Autor global de um mundo globalizado.
É essa sua dimensão imensa nas Letras e nas Artes de ontem e de hoje, que, cinco séculos volvidos sobre o seu nascimento, nos sentimos desafiados a perscrutar.
- O que faz dele um nosso ‘clássico’, (re)lido e representado, referência cultural central nos programas académicos?
- Quem e o que contribuiu para a sua mitificação?
- Como se refracta nas Artes e nas Letras, influenciando-as ou sendo por elas convocado, entre alusão, citação ou figuração?
- Na contemporaneidade, que obras o revisitam na sua tessitura paródica (Linda Hutheon) e como o fazem?
Além de textos para o Dossiê, aceita-se a submissão de artigos e ensaios que integrarão a seção Temas Livres, sendo bem-vindos resultados de pesquisas no âmbito das letras: linguística e literatura.
Sem deixar de mencionar a seção Vária, que recebe manuscritos em formato de artigos, resultados de: Iniciação Científica, Trabalho de Conclusão de Curso, Estágio Supervisionado, PIBID, Projetos de Extensão, desde que sejam orientados por docente com no mínimo especialização."
Kenedi Azevedo
Artigos do Dossiê camoniano:
Natália Marília Massa Constâncio
O Tejo e a Epopeia: Imagens de (Des)Construção e de Poder na Literatura Portuguesa | PDF
Isabel Ponce de Leão
Não perderá seu preço e sua valia | PDF
Annabela de Carvalho Vicente Rita
Camões, hoje. Razão e mistério da celebração dos 500 anos do seu nascimento | PDF
para saber +
Redação: 7.09.2024