2024/05/21

Camões e Couto: o encontro providencial e histórico em Moçambique na torna-viagem para o reino (1569)





Diogo de Couto
in Programa de rádio - Musica Aeterna, de João Chambers, 30-11-2016

Camões e Couto: 

o encontro providencial e histórico em Moçambique na torna-viagem para o reino (1569)

CONFERÊNCIA

por Eduardo Ribeiro


21 JUN. 2024 | às 15h | Biblioteca Municipal de Paredes

A apresentação do conferencista estará a cargo do 
Professor António Aresta






"Camões e Diogo do Couto foram amigos em Goa entre 1559 (data da chegada do futuro cronista à Índia Portuguesa) e 1562 (data da partida do Poeta para os Mares do Sul da China na Viagem pera a China e Japão).

Couto esteve dez anos na milícia ao serviço do Governo da Índia entre 1559 e 1569, Camões como provedor dos defuntos entre 1562 e 1564. No regresso sofreu um naufrágio na latitude do Mecon (Lus., X, 128), nas suas margens terá recebido cuidados de saúde de monges budistas (Lus., VII, 79-80 e X, 127-128), pode ter visitado então as Ilhas das Especiarias (Tidore e Ternate, X - 132) e regressou finalmente à Índia.

Embarcado em finais de 1567 com o capitão Pero Barreto para a capitania de Sofala e Moçambique, aí aguarda ocasião para continuar o regresso ao Reino quando, em fevereiro de 1569, ouve dizer que Diogo do Couto havia desembarcado e lhe envia o soneto "Amado Couto" (Déc. VIII, v. extensa). O forte da Ilha foi construído em 1558, substituindo Sofala como o centro principal de operações na região.

Ambos na torna-viagem para o Reino, acabam por conviver de fevereiro a novembro de 1569 na Ilha e, depois, durante a viagem no Santa Clara até ao desembarque em Cascais, em abril de 1570.

Foi um encontro providencial, graças ao qual o Poeta dá conta ao dialogista (e futuro cronista da Ásia) da sua viagem à China (Macau), testemunho plasmado por Couto no (Primeiro) ‘Diálogo do Soldado Prático’ (1569), capítulo XXV.

Sem este encontro histórico, não saberíamos hoje, com certeza histórica, em que estabelecimento português da China o Poeta esteve, qual o ano em que partiu para Macau (1562) e com que Capitão-mor da Viagem pera a China e Japão ele embarcou (Pero Barreto). Testemunho incontornável o de Couto, em 1569 no Diálogo e, muitos anos depois, reiterado na Década VIII (v. extensa).»
Eduardo Ribeiro









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Luís de Camões - Diretório de Camonística

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