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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2017

Busto de Camões, em Toronto

Busto de Camões, em Toronto Portugal Week 2017 – Homenagem a Luís Vaz de Camões Homenagem ao poeta na  "Luís de Camões Way",  8.06.2017, e vento inserido nas  celebrações da Semana de Portugal em Toronto. Fonte:  Revista Ama r ,  Toronto /  Canadá.

Camões, poema de Miguel Torga

CAMÕES Nem tenho versos, cedro desmedido, Da pequena floresta portuguesa! Nem tenho versos, de tão comovido Que fico a olhar de longe tal grandeza.  Quem te pode cantar, depois do Canto Que deste à pátria, que to não merece? O sol da inspiração que acendo e que levanto, Chega aos teus pés e como que arrefece. Chamar-te génio é justo, mas é pouco. Chamar-te herói, é dar-te um só poder. Poeta dum império que era louco, Foste louco a cantar e a louco a combater. Sirva, pois, de poema este respeito Que te devo e professo, Única nau do sonho insatisfeito Que não teve regresso! Miguel Torga In Poemas ibéricos , 1965. MIGUEL TORGA Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha. Nasceu a 12.08.1907, em São Martinho de Anta, Vila Real e faleceu a 17.01.1995, em Coimbra.   Médico, colaborou na revista   presença   e foi diretor das revistas   Sinal e Manifesto . ...

Camões, 1999, serigrafia por João Cutileiro

"Camões", por   João Cutileiro Serigrafia, 29x20cm, 1999.

O Monstrengo, poema, in Mensagem de Fernando Pessoa

O MOSTRENGO O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; À roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tetos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!» «De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso, «Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!» Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um Povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo; Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!» 9.9.1918 Fernando Pessoa (1888-1935) In:  M...

O poeta, poema celebrativo de Luís de Camões, por Carlos Drummond de Andrade

O POETA Este, de sua vida e sua cruz Uma canção eterna solta aos ares, Luís de ouro vazando intensa luz Por sobre as ondas altas dos vocábulos. Carlos Drummond de Andrade In: Colóquio/Letras , Lisboa, n.º 55 (maio 1980), p. 47. Carlos Drummond de Andrade (1902–1987)

FALA APÓCRIFA DE CAMÕES, soneto de David Mourão-Ferreira

FALA APÓCRIFA DE CAMÕES É inútil buscarem o meu signo procurarem-me em ruas ou retratos sequer em grutas gritos manuscritos muito menos em fósseis ou em falsas pistas que de meus ossos não existem É inútil julgarem-me comparsa de quem quer que julgou viver comigo já que em lugar algum terei passado comigo mais que um prazo muito exíguo mais ambíguo aliás e mais escasso que o vivido com Bembo ou com Virgílio com Petrarca Ariosto ou Garcilaso Só estes os contei por meus amigos E só de astros que tais rompe o meu rasto David Mourão-Ferreira In “No veio do cristal”, parte de Obra poética: 1948-1988 . Lisboa: Presença, 1988, p. 397. David Mourão-Ferreira (1927-1996)

CAMÕES E A TENÇA, poema por Sophia

CAMÕES E A TENÇA Irás ao Paço. Irás pedir que a tença Seja paga na data combinada Este país te mata lentamente País que tu chamaste e não responde País que tu nomeias e não nasce Em tua perdição se conjuraram Calúnias desamor inveja ardente E sempre os inimigos sobejaram A quem ousou seu ser inteiramente E aqueles que invocaste não te viram Porque estavam curvados e dobrados Pela paciência cuja mão de cinza Tinha apagado os olhos no seu rosto Irás ao Paço irás pacientemente Pois não te pedem canto mas paciência Este país te mata lentamente Sophia de Mello Breyner Andresen In: Dual [VI – Em Memória]. Lisboa: Moraes, 1972; reprod. em Obra Poética III. Lisboa: Caminho, 1991, p. 162. Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) Fotografada por Fernando Lemos,  no jardim  da casa da Travessa das Mónicas (bairro da Graça, Lisboa), anos 50.

A CAMÕES, COMPARANDO COM OS DELE OS SEUS PRÓPRIOS INFORTÚNIOS, soneto de Bocage

A CAMÕES, COMPARANDO COM OS DELE OS SEUS PRÓPRIOS INFORTÚNIOS Camões, grande Camões, quão semelhante Acho teu fado ao meu, quando os cotejo! Igual causa nos fez perdendo o Tejo Arrostar co sacrílego gigante: Como tu, junto ao Ganges sussurrante, Da penúria cruel no horror me vejo; Como tu, gostos vãos, que em vão desejo, Também carpindo estou, saudoso amante: Ludíbrio, como tu, da sorte dura, Meu fim demando ao Céu, pela certeza De que só terei paz na sepultura: Modelo meu tu és... Mas, oh tristeza!... Se te imito nos transes da ventura, Não te imito nos dons da natureza. Bocage In: Sonetos .  4.ª ed., Mem Martins: Europa-América, 1999, p. 101. Manuel Maria Barbosa do Bocage  (1765-1805)

A Camões, poema-homenagem por Manuel Bandeira

A CAMÕES Quando n’alma pesar de tua raça a névoa da apagada e vil tristeza, busque ela sempre a glória que não passa, em teu poema de heroísmo e de beleza. Gênio purificado na desgraça, tu resumiste em ti toda a grandeza: poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça o amor da grande pátria portuguesa. E enquanto o fero canto ecoar na mente da estirpe que em perigos sublimados plantou a cruz em cada continente, não morrerá sem poetas nem soldados a língua em que cantaste rudemente as armas e os barões assinalados. Manuel Bandeira In A cinza das horas . Rio de Janeiro, 1917.     Manuel Bandeira (1886-1968) nasceu no Recife em 1886 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1968. Foi crítico literário e de arte, tradutor, professor de literatura e escritor.  Autor, entre outros, dos livros de poesia A cinza das horas (1917) e Libertinagem (1930). ...

O Dia de Camões bem celebrado pela Livraria Lello

Hoje é dia de Camões 10 JUN. 2017 "Hoje é dia de Camões porque  foi a 10 de junho que o autor de "Os Lusíadas" morreu.  Queremos que, pelo menos, alguns nomes não passem despercebidos  às pessoas que entram na Livraria Lello,  independentemente do seu país de origem,  e o do maior poeta português é um deles.  É importante continuar a ler e valorizar o enorme trabalho de Luís de Camões." Na imagem: Nuno Meireles | Dia da Poesia, 21 de março de 2016. Nuno Meireles | Páscoa, março de 2016. Rui Jorge Oliveira | Dia de Portugal, 10 de junho de 2016. Rui Oliveira | Feira do Livro do Porto, setembro de 2016. Rui Oliveira | 111º Aniversário, 13 de janeiro de 2017. IGraffiti de Frederico Draw | Janeiro de 2017. Lourenço Guedes da equipa da Livraria Lello | Carnaval, 28 de fevereiro de 2017. João Sá | Dia de Portugal, 10 de junho de 2017. Fonte do texto e da Imagem :

Seminário de Estudos Camonianos, por Luiz Fagundes Duarte

MESTRADO EM ESTUDOS PORTUGUESES Seminário de Estudos Camonianos 2016-2017 – 2.º Semestre Luiz Fagundes Duarte O Seminário Camões é uma unidade curricular de cariz interdisciplinar totalmente dedicada a Camões, à sua obra e ao seu tempo. Para tal, combinará diversos tópicos de estudo e investigação, com recurso a especialistas: contextos (histórico, literário, científico, político, religioso); precursores (clássicos, europeus e portugueses); influências posteriores; crítica; e filologia. As aulas combinarão a análise literária e histórica, estudando cada poema ou o teatro camoniano como uma obra de arte histórica, um texto trans-histórico, e um guião para a criatividade contemporânea. O objectivo final é ajudar os apreciadores de Camões a explorar as mais ricas e profundas expressões da experiência humana jamais encontradas na Literatura Portuguesa. Entre Junho e Setembro, os estudantes escreverão uma monografia sobre um tema do programa. Programa 1.  ...