4 de março de 2023

CAMONISTA - Vítor Serrão













Vítor Serrão, 1952-
Historiador de arte, professor, camonista



"Homem de causas e sonhos, sempre. Operário de memórias empenhado no estudo do Património cultural e de todas as Artes, micros e macros, eruditas ou periféricas.
Admirador de Fernão Gomes, o pintor, e de Luís de Camões, o poeta que escreveu:
“Olhai como Amor gera, num momento / de lágrimas de honesta piedade, / lágrimas de imortal contentamento”. 
Autorretrato


Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1975), é mestre em História da Arte pela UNOVA de Lisboa, com a dissertação O Maneirismo e o estatuto social dos pintores portugueses (1982) e doutorado na mesma área pela Univ. de Coimbra, tendo defendido a tese A pintura proto-barroca em Portugal, 1612-1657 (1992).

É Professor Catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde dirige o ARTIS - Instituto de História da Arte (ARTis-IHA) e as revistas do Instituto, ARTIS – Revista de História da Arte e Ciências do Património (impressa, desde 2002) e a ARTis ON (online, desde 2015) .

Dedica-se à história da pintura portuguesa dos sécs. XVI-XVIII, à Teoria da Arte e da Imagem, à Iconologia e á área da Gestão Integrada do Património Cultural.

Vítor Serrão é autor de diversos livros, textos científicos e catálogos de exposições sobre arte portuguesa do Renascimento, do Maneirismo e do Barroco. Autor de numerosos textos em atas de congressos, boletins e revistas da especialidade, realizou conferências em universidades portuguesas e estrangeiras. Colaborou no vol. II – Do “Modo” Gótico ao Maneirismo da História da Arte Portuguesa dirigida por Paulo Pereira (Círculo de Leitores, 1995).













Lisboa, 2017





CAMONIANA


  • (2019) Primeiros tratados de pintura. – Coord. Patrícia Monteiro, Vítor Serrão; versão dos textos latinos José Carlos Lopes de Miranda. Lisboa: Círculo de Leitores.








Aparição de Cristo à Virgem: 

Fernão Gomes


Vítor Serrão

Porto: Santa Casa da Misericórdia do Porto, 2017.




  • (2015) Artes por terras de Nun'Álvares: pintores e obras dos séculos XVI a XVIII na sertã e em Proença-a-Nova. – Com Ana Maria Farinha; pref. José Eduardo Franco. Lisboa: Theya: Instituto Europeu de Ciências da Cultura: Padre Manuel Antunes.
  • (2013) Impactos do Concílio de Trento na arte portuguesa entre o Maneirismo e o Barroco (1563-1750), in O Concílio de Trento (1545-1563). – [Actas do Seminário no âmbito das comemorações dos 450 anos sobre a clausura do Concílio de Trento, 1563-2013]. Cord. José Pedro Paiva. Lisboa: Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, p. 101-129.
  • (2013) As preparações na pintura portuguesa: séculos XV e XVI. – Atas do Colóquio Internacional, 28-29 jun. 2013, Lisboa, MNAA. Coord. conjunta com Vanessa Antunes e Ana Isabel Seruya.
  • (2012) O Túmulo de D. Jerónimo Mascarenhas no Bom Jesus de Goa e a tónica do sincretismo na Índia portuguesa ao tempo dos Filipes: ourivesaria, escultura, pintura, in Actas do Congresso Goa: Passado e Presente. Lisboa: Univ. Católica Portuguesaa, p. 37-73.
  • (2012) Ecumenismo imagético e trans-contextualidade na arte portuguesa do século XVI: representações de asiáticos no ‘Pentecostes’ do pintor António Leitão em Freixo de Espada-à-Cinta / Ecumenism in images and trans-contextuality in Portuguese 16th century art: Asian representations in Pentecostes by the painter António Leitão in Freixo de Espada à Cinta – Bulletin of Portuguese-Japanese Studies, n.º 20, Paris, p. 125-165.
  • (2010) A pintura maneirista e proto-barroca, 1550-1700. – Vol. XI da col. Arte Portuguesa: da Pré-História ao Século XX, dir. Dalila Rodrigues; José Pessoa. Lisboa: Jornal de Notícias.
  • (2010) «’Acordar as cores...’: os pigmentos nos contratos de pintura portuguesa dos séculos XVI e XVII», in The Materials of the Image / As Matérias da Imagem. Coord. Luís Urbano Afonso, Série Monográfica «Alberto Benveniste», n.º 3, Cátedra de Estudos Sefardsitas «Alberto Benveniste», p. 97-132.









O largo tempo do Renascimento:

arte, propaganda e poder


[Simpósio Internacional de História da Arte O Largo Tempo...]
Coord. Maria José Redondo Cantera, Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão. 
Casal de Cambra: Caleidoscópio; Lisboa: Centro de História da Universidade, 2008.









A Trans-memória das Imagens: 

estudos iconológicos de pintura portuguesa 

(séculos XVI-XVIII)


Vítor Serrão

Chamusca: Cosmos, 2007.



  • (2008) O Fresco Maneirista em Vila Viçosa, Parnaso dos Duques de Bragança (1540-1640). – Ed. Fundação da Casa de Bragança, Lisboa.
  • (2007) [verbetes], in Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th centuries. – catálogo da exposição. Washington: Sacker Gallery.









Vol. III – O Renascimento e o Maneirismo

– Vítor Serrão

in História da Arte em Portugal

– Dir. Carlos Alberto Ferreira de Almeida e José-Augusto França
Lisboa: Presença, 2022.


  • (2000) História e restauro do retábulo da capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos. – Com Carmen Olazabal Almada e Luís Figueira: Lisboa: IPPAR.
  • (1998) André de Padilha e a pintura quinhentista, entre o Minho e a Galiza. Lisboa: Estampa.




A pintura maneirista em Portugal:
a arte no tempo de Camões


– Catálogo de exposição realizada no Centro Cultural de Belém, Lisboa, 1995.

511 pp.; il. cor. ; 31 cm.

Vítor Serrão, Annemarie Jordan-Gschwend; Francisco Faria Paulino

Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, 1995. 
– Galardoado com o Prémio Nacional APOM.





  • (1995) Diogo Teixeira, Fernão Gomes e o "decoro tridentino": a "pittura senza tempo" em Portugal, in História da Arte Portuguesa. Vol. II - Do "modo" gótico ao maneirismo. Lisboa: Círculo dos Leitores.
  • (1993) A igreja, in Hospital Real de Todos-os-Santos: séculos XV a XVIII: catálogo. – Org. Museu Rafael Bordalo Pinheiro; dir. Paulo Pereira; textos Ana Cristina Leite et al.. Lisboa: Câmara Municipal. – [103, [1] p.; il. (28 cm) + maqueta de armar em cartão, em bolsa resguardo].
  • (1991) O pintor António Campelo e o triunfo do maneirismo no Portugal de 1550 a 1580. S.l.: s.n.
  • (1989) Estudos de pintura maneirista e barroca. Lisboa: Caminho, 1989.
  • (1989) O rosto de Camões: Fernão Gomes, pintor maneirista de "bravo talento", in Oceanos, n.° 1 (jun. 1989), 27-29.
  • (1989) Estudos de pintura maneirista e barroca. Lisboa: Caminho.
  • (1986) História da Arte em Portugal. Vol. VI. – O Maneirismo. Lisboa. Publicações Alfa.
  • (1983) O Maneirismo e o estatuto social dos pintores portugueses. Lisboa: INCM. – Prémio Nacional José de Figueiredo da Academia Nacional de Belas-Artes.
  • (1982) A Pintura Maneirista em Portugal. Lisboa: ICALP. – Col. Biblioteca Breve. / 2.ª ed., 1991.
  • (1981) Os tectos maneiristas da igreja do Hospital Real de Todos-os-Santos, 1580-1613.  - Com Dagoberto Markl, in Sep. do Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, III série, 86, p. 161-215.


Fernão Gomes e o retrato de Camões

Textos introd. Vítor Serrão, Vasco Graça Moura


Lisboa: CNCDP; Fundação Oriente; INCM, 1989

48, [6] p. : il., [32] facsimil. ; 47 cm



 






O pintor Fernão Gomes, 1548-1612





Aparição de Cristo à Virgem

óleo sobre madeira

não assinado, c. 1600

230 x 250 cm


"De entre os pintores portugueses - ou radicados em Portugal - da segunda metade do século XVI é, sem dúvida, Fernão Gomes um dos mais carateristícos. O seu estilo, a sua «maneira» valem por uma assinatura.

Quando em 1973 [Fernão Gomes: um pintor no tempo de Camões: a pintura maneirista em Portugal. Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da publicação de “Os Lusíadas”.] dedicámos a este mestre uma monografia, longe estávamos de imaginar quanto a sua obra se viria a alargar através dos estudos que, posteriormente, Vitor Serrão e nós próprios efetuámos, conjunta ou individualmente e que, a partir deste momento, ainda mais se amplia. 

 

[Fernão Gomes, 1548-1612

Nascido em Albuquerque, Castela, entre 1548 e 1553, Hernán Gómez Roman - o seu nome de nascimento - provável discípulo de Luís de Morales, em 1565, terá trabalhado em Évora, como mero adjunto de «El - Divino», no grande retábulo do Convento de S. Domingos, encomendado por frei Domingos de Lisboa.

Datam deste período as suas relações com os condes de Vimioso, amigos de Morales, que encomendam, em 1570 a Fernão Gomes, já radicado em Portugal, o retrato de Luís de Camões, menos de um ano antes regressado a Portugal e que devia figurar numa 1ª edição - jamais publicada - de Os Lusíadas. Assim, o nome do pintor ficaria para sempre associado ao Poeta, embora ainda hoje, onze anos volvidos sobre o estudo circunstanciado que dedicámos a esta primeira obra portuguesa de Gomes, haja quem procure ver na assinatura da cópia setecentista do retrato do épico um outro pintor, homónimo de um mítico Fernão Gomes da primeira metade de Quinhentos.

Ao identificarmos aqui mais um painel, dos melhores de Fernão Gomes, a «Aparição de Cristo à Virgem» de uma colecção particular da antiga Punhete, julgamos poder definitivamente eliminar os equívocos que ainda rodeiam o nome do pintor.

Se Portugal já não [sic] possui a fidelíssima cópia do retrato de Camões, ainda não há muitos anos à venda no Brasil, pode orgulhar-se hoje de ter encontrado uma das obras mais representativas do período de maturidade do principal pintor do nosso 2.º Maneirismo, artista régio de Filipe II (I de Portugal) que só no seu compatriota Francisco Venegas encontrou um verdadeiro émulo.

A atribuição a Fernão Gomes do painel em estudo, descoberto pela Associação para a Reconstrução e Instalação da Casa - Memória de Camões em Constância, baseia-se em dois fatores: um de ordem estética, qual seja a "maneira" do pintor, a sua ideologia - imagética, outra que se revela na originalidade - quase herética - do tratamento do tema.

A comparação da figura da Virgem, no desenho típico das mãos e do rosto, aproxima o painel em estudo da «Ascenção», do Museu de Arte Sacra do Funchal, obra de cerca de 1573.

Note-se que a acentuada influência nórdica das composições do mestre se deve à sua estada em Delft, entre 1570 e 1572, quando estudou com o pintor holandês Anthonie Blocklandt (ou A.Van Montfoort). O painel «Aparição de Cristo à Virgem» patenteia essa influência e supomos mesmo que Fernão Gomes (1533 - 1598) se terá inspirado em gravuras nórdicas, provavelmente nas de Cornelis Cort. A elas teria já recorrido para o apologético «Triunfo da Obediência», pintado, cerca de 1588, para o Convento dominicano da Anunciada, e de que conhecemos o desenho, por nós amplamente estudado, que pertence às colecções do Museu Nacional de Arte Antiga.

A figura da mulher idosa, à direita (na qual julgamos ver Rebeca), é decalcada da velha que aparece à esquerda no «Nascimento da Virgem», dos Jerónimos, personagem que se repete na mulher que traz alimento a Santa Ana, no desenho do mesmo tema, do Museu de Arte Antiga, que recentemente divulgámos. Admitindo que este é um estudo preparatório para o painel hieronimita, datámo-lo, também, de cerca de 1594.

O personagem em primeiro plano, à direita (S. João Baptista), olhando o observador e transpondo para o exterior o aspaço limitado do painel, aparenta-se pela atitude com a jovem, extremamente bela, que se vê sentada numa cadeira, também â direita, no «Nascimento da Virgem», de Belém. Supomos ver, tanto numa figura como na outra, dois retratos, sendo provável que se trate do próprio pintor no painel «Aparição de Cristo à Virgem», aqui em análise.

O velho, de longas barbas (Adão), repete-se nas figuras do extraordinário desenho «Ascenção», do Museu de Arte Antiga.

A seu lado, a mulher semidespida (Eva), cujo perfil, bem maneirista, recorda o da mulher, em primeiro plano, à direita, no já citado «Nascimento da Virgem», dos Jerónimos.

Toda a sequência de anciãos do Antigo Testamento, que acompanham Cristo , reencontra-se , tanto na «Ascenção» do Funchal, como no desenho do mesmo tema (datado de 1599) e no «Pentecostes», cerca de 1599, ambos no Museu de Arte Antiga.

A figura de Cristo deve ter servido para decalque da «Descida de Cristo ao Limbo», obra da oficina de Fernão Gomes, pertencente a uma colecção particular.

Brevemente expostas estas afinidades, que nos permitiram a atribuição a Fernão Gomes, importa considerar o tema e procurar identificar os personagens representados.

Como é frequente, Cristo aparece a sua Mãe acompanhado por figuras do Antigo Testamento. Aqui há uma excepção na sua presença «anómala» do Bom Ladrão e de S. Longinus. Para além dos já identificados, Adão, Eva, S. João Baptista e Rebeca, vêem-se, junto a esta, dois meninos, provavelmente Esaú e Jacob, seus filhos, e um ancião, Isaac.

À direita, ao fundo, transportando um peixe, numa representação invulgar, Jonas.

Junto a este, com uma espada ao ombro (?), Abraão (a espada foi a arma com que se preparou para sacrificar seu filho Isaac). Mais atrás, uma estranha figura solar, que julgamos tratar-se de Josué, que concluiu o êxodo iniciado por Moisés.Ele é, segundo Réau, «um dieu solaire comme Samson».

Acolitando Cristo e transportando a Cruz, figura o Bom Ladrão e, junto dele, um homem de capacete que supomos tratar-se de S. Longinus, o soldado que, com a lança, feriu Cristo Crucificado.

Atrás da Virgem, bem em evidência, o rei David, com a harpa, e Moisés.

Toda a cena revela um tratamento invulgar, mas típico de Fernão Gomes. É também rara a sua maneira de representar a «Anunciação» no painel dos Jerónimos, com o anjo prostrado, em ato de vassalagem (ou adoração?) medieval do cavaleiro à sua dama, contraditando todas as disposições da última sessão do Concílio de Trento, de 1563.

Terá sido este painel o que o P.e Veríssimo de Oliveira, em 1830, refere ao descrever sobre a capela da Quinta de Santa Bárbara, de Constância: "... tem um grande painel da descida de Jesus Cristo ao Limbo, onde se vêem os antigos Patriarcas representados ao natural pelo hábil e delicado pincel de Grão Vasco..."?

A confusão do tema é natural e no tempo em que este texto foi escrito as atribuições a Grão Vasco eram constantes.

É de admitir que, sendo a Quinta de Santa Bárbara doada, em 1714, por D. Fernando Martins de Mascarenhas aos Jesuítas, tenham sido estes que para lá levaram o painel em estudo. Tanto mais que, de acordo com Louis Réau, o tema da «Aparição de Cristo à Virgem» é o assunto de uma das meditações propostas por Inácio de Loyola nos seus Exercícios Espirituais.

Mais tarde, com a expulsão dos Jesuítas, em 1760, o painel terá sido ocultado, tendo regressado a Santa Bárbara cerca de 1830 quando foi descrito por Veríssimo de Oliveira.

A concluir, podemos afirmar que, se este painel provém de Constância, aproxima ainda mais as duas grandes figuras do nosso Maneirismo que foram Luís de Camões e Fernão Gomes, dois homens que se conheceram, tendo o pintor imortalizado o poeta na sua vera-efígie." 
Dagoberto Markl
Apud: 139 - Antiguidades e Obras de Arte, 28-29.05.2012 / Cabral Moncada Leilões






Para saber +



Aparição de Cristo à Virgem: Fernão Gomes
por  Vítor Serrão
Porto : Santa Casa da Misericórdia do Porto, 2017.
 48 p. : il. ; 22 cm.










Cristo Falando aos Fiéis

Óleo sobre madeira
escola portuguesa do séc. XVI
Não assinado, 118 x 70 cm








3 de março de 2023

CAMONISTA - Manuel Ferro







Manuel Ferro

Professor, investigador, camonista.
ferro@fl.uc.pt 

 


Manuel Simplício Geraldo Ferro é doutorado em Literatura Comparada pela Universidade de Coimbra, em 2004, com a tese A recepção portuguesa de Torquato na épica do Barroco e Neoclassicismo, e membro integrado do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos (CIEC).

Manuel Ferro é Professor Catedrático no Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em 2005 e 2006, foi Professor Visitante da Universidade Federal de Pernambuco.

A sua investigação científica incide sobre as relações culturais e literárias luso-italianas, os estudos camonianos e a epopeia portuguesa do Barroco e Neoclassicismo. 





CAMONIANA

  • (2016) Recensão crítica de: José Rodrigues de Paiva, Celebrando Camões (Recife: Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, 2016, 82 p.), in Limite: Revista de Estudios Portugueses y de lal Lusofonía, vol. 10, n.º 2 (2016), Universidad de Extremadura / Espanha, 185-192.
  • (2016) A revitalização da epopeia na afirmação da identidade de Timor Lorosae: d’Os Lusíadas, de Luís de Camões, a Mauberíadas, de Xanana Gusmão, Revista Investigações, Vol. 29, n.º 1 (jan. 2016), 39-94.
  • (2014) Os Lusíadas de Luís de Camões / comentados por D. Marcos de S. Lourenço Cónego Regular da Congregação de Santa Cruz de Coimbra. – Transcrição e fixação do texto Isabel Almeida, Filipa Araújo, Manuel Ferro, Teresa Nascimento, Marcelo Vieira; notas Isabel Almeida, Filipa Araújo, Marcelo Vieira; revisão, índice e nota introdutória Isabel Almeida. Coimbra: CIEC.
  • (2014) A tradição e (re)apropriação dos clássicos na pós-modernidade: o caso exemplar do diálogo da lusofonia com Camões e a obra camoniana, in Guavira Letras, n.º 18 (jan.-jul. 2014), 153-174.
  • (2013) The myth of Adamastor in postmodernity: between legend and art, fiction and history, in Mito e Interdisciplinariedad: los mitos antiguos, medievales y modernos en la literatura y las artes contemporáneas. Coord. José Manuel Losada Goya; Antonella Lipscomb. Bari: Levante Editori, 119-xx
  • (2013) O lugar de posição de Camões na galáxia literária dos países lusófonos, História Revista, vol. 18, nº. 2 (jul.-dez. 2013), Goiânia, 10-26.
  • (2013) O bilinguismo na épica portuguesa do período filipino: entre a expressão autonómica, a afirmação identitária e a importância do contexto cultural espanhol envolvente, in Crisis y ruptura peninsular: III Congreso Internacional de la SEEPLU (Cáceres, 30 y 31 de octubre de 2013). Ed. Carmen María Comino Fernández de Cañete; María da Conceiçao Vaz Serra Pontes Cabrita; Juan María Carrasco González, p. 81-99.
  • (2012) Actas da VI Reunião Internacional de Camonistas. Coord. Seabra Pereira, Manuel Ferro. Coimbra: Imprensa da Universidade.




A recepção de Torquato Tasso na épica portuguesa do Barroco e Neoclassicismo

Manuel Ferro

Tese de doutoramento em Letras. 

Orient. Aníbal Pinto de Castro. 

Coimbra: FLUC, 2004.











palestra por Manuel Ferreira
in Simeira “European Regions for Smart Communities”: Alentejo, Portugal, 6.05.2021.
Vídeo no canal do YouTube do CIEC Coimbra (ver aos 8’:38).

Sinaliza-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa.




2 de março de 2023

A monstruosidade do Adamastor, ou a interpretação plástica e crítica contemporâneas







ADAMASTOR, Nomen gigantis

sobre uma escultura popular de José de Guimarães


Vasco Graça Moura


Porto: Edições Afrontamento, 2000

32 x 27,5 cm.
álbum de 72 pp.

Ilustrado com desenhos e fotografias a cores 
sobre papel couché.





Texto de 
sobre uma escultura popular de 
acompanhado por 
esboços e fotografias de obras deste






“A iconografia tradicional do Adamastor representa-o como uma criatura enorme de vulto humano e disforme, emergindo pesadamente das águas revoltas, numa aura sinistra. Os artistas seguiram mais ou menos à letra a descrição camoniana da figura colossal. O resultado não vai por vezes sem recordar certas esculturas no interior das grutas maneiristas italianas, confirmando inquietantes seres de forma humana obtida a par das concreções geológicas da pedra, mais ou menos adaptadas pela mão dos artistas, e de que o próprio Camões pode aliás ter conhecido representações em gravuras e desenhos, como é muito provável que tenha conhecido por idêntica via processo de agregação de elementos de vária ordem para compor figuras antropomórficas, semelhantes aos de Arcimboldo, como pode supor-se pelo retrato de Tritão no canto VI (17-19).” 
"[...] José de Guimarães é, de há muito, um leitor e um intérprete plástico de Camões. Mas até agora, ele tinha ido buscar ao poeta uma temática e uma emblemática para os registos exuberantes da sua pintura. Com o Adamastor, José de Guimarães vai antes buscar a Camões a ideia geral de uma figura, um príncipio de monstruosidade e gerador de monstruosidades, que depois combina com outros elementos, literários e extras-literários.” 
VASCO GRAÇA MOURA






José de Guimarães foi o autor da escultura 
"Adamastor", 1999
encomendada para celebrar 
o Festival dos Oceanos no Parque das Nações.






1 de março de 2023

Camões, uma personagem com história - representações do Poeta em Turismo Universidade de Coimbra




Camões, uma personagem com história

Representações do Poeta em 
Turismo Universidade de Coimbra
no Facebook



Histórias da História
© Foto de Rita Fernandes
In: Turismo UC, no Facebook, 19.09.2017





Personagens com história
© Foto de José Fino
In: Turismo UC, no Facebook, 16.09.2017





Personagens com história
© Foto de Tito Andrade
In: Turismo UC, no Facebook, 6.09.2017





10 de Junho 🇵🇹
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas 🇵🇹
© Foto de José Fino?
In: Turismo UC, no Facebook, 10.06.2017





28 de fevereiro de 2023

Exposição Os Lusíadas por João Luiz Roth , ou itinerário de um desejo

 






Série Grandes Mestres no MASM: 

Os Lusíadas, por João Luiz Roth

EXPOSIÇÃO



Na Sala Iberê Camargo

De 23 nov. 2022  a  31 jan. 2023


Curadoria e expografia: 
Marcio Flores




A exposição "Grandes Mestres no Masm: Os Lusíadas, por João Luiz Roth" resulta da última série de obras (ou "estudos não verbais") produzida pelo artista visual João Luiz Roth como projeto para a obtenção do grau de doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em 2004.


Partindo da iniciativa da Associação dos Amigos do Museu de Arte de Santa Maria (Amasm), a mostra permitiu expor cerca de 50 obras disponibilizadas pela família do renomado artista santa-mariense e teve a curadoria e expografia de Márcio Flores.


Foram produzidos um catálogo para a exposição e um vídeo sobre a produção da mesma, que contém depoimentos de familiares e amigos do artista.

A página WEB do artista contém o trabalho Os Lusíadas: Itinerário de um desejo que é uma síntese da sua tese de doutoramento em letras, com orientação da Professora Regina Zilbermann. O estudo é composto por uma narrativa não verbal que tem como inspiração a epopeia de Luís de Camões. São essas obras digitalizadas e acessíveis online que, com se refere supra, constituíram fisicamente a exposição do artista. Colocamos aqui a entrada para essa visita que, para além dos dois capítulos teórico-fundamentadores iniciais, obedece à estrutura conhecida do poema camoniano - dez cantos. Na leitura plástica de João Luiz Roth "cada canto também é composto por dez desenhos".






por João Luiz Roth






para saber +